Foca Lisboa |
Comissão composta por sete estudantes, representando os alunos do curso de Comunicação Social da UFMG, foi recebida, na manhã desta quarta-feira, pelo reitor Ronaldo Pena e pelo pró-reitor de graduação, Mauro Braga. As estudantes entregaram documento em que reivindicam a realização de concurso, em caráter de urgência, para professores efetivos para o departamento de Comunicação Social, em especial para as áreas de Relações Públicas e de Publicidade. "Essa reunião é um pedido de apoio, à Reitoria, para que sejam resolvidos os problemas do curso. Temos pressa pois, como alunos, passamos muito pouco tempo na Universidade", disse Débora Pessali, estudante do 6º período. Após ouvir as reivindicações, Ronaldo Pena se comprometeu a buscar as soluções possíveis no âmbito da Universidade, e agendou nova conversa com o grupo para o próximo dia 21. "Uma missão importante dos estudantes aqui é também criticar, trazer os problemas à discussão", afirmou o reitor. De acordo com o documento, divulgado sob a forma de carta aberta à sociedade e à comunidade acadêmica, o curso vem enfrentando graves dificuldades devido ao número restrito de professores efetivos e a uma política inadequada de recomposição do quadro de docentes. Segundo o pró-reitor de Graduação, Mauro Braga, a solução do problema não depende apenas da UFMG: “Seria necessário que o governo nos devolvesse a prerrogativa legal de preencher, por concurso, as vagas existentes, dentro dos limites do quadro docente da Universidade”. Na prática, isso significa o cumprimento da Portaria nº 4.213, de 20 de dezembro de 2004, que estabeleceu o quantitativo máximo de professores do terceiro grau que cada Instituição Federal de Ensino Superior (IFE) poderá manter, somados os do quadro efetivo e os substitutos admitidos nos termos da Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993 e alterações posteriores, conforme explica Braga. No caso da UFMG, esse limite é de 2.656 vagas docentes, mas apenas 2.392 estão preenchidas atualmente, segundo dados da Comissão Permanente do Pessoal Docente (CPPD), que informa também existirem, no momento, 64 vagas nos diversos departamentos acadêmicos, aguardando a liberação pelo MEC de concursos para preenchê-las. “Essas vagas estão prometidas, mas não temos como preenchê-las. É como se estivessemos vivendo no cheque especial”, observa Braga. O pró-reitor informa que, no departamento de Comunicação, existem hoje em atividade 11 professores substitutos, ou seja, 45% do quadro. "Esse índice é relativamente alto se comparado com a média de 17% de toda a Universidade". Mauro Braga diz, no entanto, ser necessário lembrar que, entre 1990 a 2005, o departamento de Comunicação sofreu a perda de 25 vagas, sendo duas recentes. Dessas, 15 foram repostas, duas estão em provimento, ou seja, com concursos em andamento, e uma outra já alocada para quando for liberado o concurso. Equipamentos Ao final do encontro, a comissão entregou formalmente ao pró-reitor de Graduação o documento que relata as dificuldades detectadas no curso e as reivindicações dos alunos.
Na reunião também foi discutida a necessidade de construir estúdio para aulas práticas. De acordo com a comissão, há equipamentos sem uso por falta de espaço físico. "Considero isso uma urgência, pois os recursos públicos usados para adquirir equipamentos não podem ficar parados. A situação será resolvida", assegurou Ronaldo Pena.