O escritor paranaense Domingos Pellegrini é o conferencista convidado para a série Grandes Debates da Mostra das profissões da UFMG, desta terça-feira, 20 de junho. O escritor conversa com o público, sobre o tema Você está preparado para o novo mundo?, a partir das 17h30, no auditório da Reitoria, campus Pampulha , à avenida Antônio Carlos, 6.627. A entrada é franca. Formado em Letras, Pellegrini é reconhecido como um dos mais expressivos escritores de sua geração, tendo já recebido dois prêmios Jabuti – o mais importante da literatura brasileira. Poeta, como todas as crianças, aos 11 anos de idade, e contista na adolescência, Pellegrini manteve-se fiel à própria vocação e produziu vasta obra em diversos gêneros, como romances, romances juvenis, além de contos e poesias. Atua, ainda, em jornalismo e publicidade. “Enojei-me muito cedo das literatices e vanguardas”, disse, ao sítio Click Escritores, explicando que, por esse motivo procura escrever de forma clara e comunicativa. Leia o relato do autor, feito ao mesmo sítio, sobre sua relação com a profissão: "Quando tinha treze anos, eu estava no cinema à tarde, quando o lanterninha passou fachando as fileiras e dizendo meu nome. Pensei que alguém tinha morrido em casa, mas no saguão um funcionário do colégio disse que era para eu ir urgente lá, tinha ganhado o concurso de redação e estava na hora da entrega dos prêmios.
Eu tinha faltado às aulas no dia anterior, de modo que não sabia de nada. Fui, direto do cinema para outro salão cheio de gente, só que iluminado, e recebi da diretora, como prêmio, uma autobiografia de J. Cronin, Pelos Caminhos da Minha Vida – e a literatura seria o principal caminho da minha vida dali por diante.
Hoje sei que escrevo porque tenho o dom, o mesmo que me permitiu fazer aquela redação em prosa poética, inclusive com rimas ao final de cada oração, única coisa que lembro daquele texto.
Como é um dom, o mérito do portador é apenas o de manter o dom, aperfeiçoando e usando para o bem comum e não apenas pessoal, ou acredito – pode ser ingenuidade, mas acredito – que então se esvairia o dom.
Além disso, como me enojei muito cedo das literatices e vanguardas, procuro escrever de forma clara e comunicativa. Creio que quem melhor definiu minha literatura foi Wilson Martins: 'autor de um idioma próprio e de uma não menos própria visão do homem'."