O herbário da UFMG, conhecido internacionalmente pela sigla BHCB, ultrapassou, na última semana, 100 mil espécimens que representam cerca de 15 mil árvores, arbustos e ervas nacionais e estrangeiras. A centésima milésima planta, no entanto, ainda não foi escolhida. O número, simbólico, está reservado a uma coleta "especial", provavelmente uma samambaia, especialidade do curador do BHCB, Alexandre Salino. "O mais importante é a dimensão no cenário nacional. Apenas 10% dos herbários do Brasil atingem esse patamar", diz Salino. O BHCB é o maior do Estado e, em segundo lugar, está o herbário da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), que abriga 48 mil amostras. Estima-se que existam 20 mil espécies vegetais em Minas. Pesquisa Um exemplo é o projeto financiado pelo Pro-BIO, do Ministério do Meio Ambiente que levou pesquisadores do BHCB à bacia do Jequitinhonha. Nessa região, foram coletadas mais de 1.300 vegetais, catalogadas dez novas espécies para a Ciência, e registrados 35 vegetais de ocorrência desconhecida em Minas. "Não se sabia da existência de uma dessas plantas no Brasil", afirma o curador. Para complementar sua coleção biológica, o BHCB recebe doações, realiza permutas e empréstimos de espécimens com instituições de pesquisa nacionais e de países das Américas e Europa.
O herbário representa fonte de dados de pesquisa para diversas áreas, o que exige buscas freqüentes e registro permanente de espécies vegetais.
Atualmente, cerca de dez projetos, desenvolvidos pela equipe composta por 30 pessoas, exploram principalmente a flora mineira, embora também realizem pesquisas em São Paulo. O laboratório trabalha ainda com buscas isoladas por todo o país e projetos direcionados a unidades de conservação, como parques nacionais, estaduais e reservas particulares de patrimônio natural. Outra estratégia utilizada são visitas a áreas inexploradas.