O prejeto seria o resultado de uma pesquisa-piloto desenvolvida na Faculdade de Farmácia da UFMG, em parceria com a OMS e o Ministério da Saúde. Durante os estudos, que tiveram início no ano passado, pesquisadores acompanharam a chegada de medicamentos contra a malária na região Norte do Brasil e verificaram as condições que os mesmos eram armazenados. Quatro drogas usadas foram avaliadas em seus campos de estocagem, como postos de saúde e almoxarifados estaduais no Amazonas, no Pará e em Roraima. Resultados Além disso, a conservação dos medicamentos ainda tem como inimigos o calor e a umidade excessiva típicos da Amazônia. Quem perde com isso são os pacientes, que recebem medicamentos que não alcançam o efeito desejado. O mestrando Fernando Nogueira, que desenvolve dissertação sobre o tema, disse que a esses problemas, soma-se a grande resistência do parasita causador da doença que assola os estados do Norte. O coordenador de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, André Porto, afirmou que o órgão faz o acompanhamento constante sobre a segurança dos medicamentos distribuídos. Contudo, diante desse resultado divulgado pelos profissionais da UFMG, ele informou que vai contactar os laboratórios que produzem os remédios para verificar a possição dos mesmos sobre o caso. O professor Pianetti acredita que a melhor forma de combater o desperdício dos antimaláricos seja o treinamento farmacêutico dos agentes de sáude que trabalham na região e que são responsáveis pelo armazenamento dos remédios. Além disso, ele sugere também a criação de órgãos de controle de qualidade dos medicamentos nos próprios estados que os recebem, com a criação e efetivação do projeto Avaliação Pontual da Qualidade de Antimaláriocos no Programa SUS. A malária Segundo o Ministério da Saúde, 99,5% dos casos registrados no Brasil estão na região da Amazônia Legal, composta pelos estados do Acre, do Amazonas, do Amapá, do Maranhão, do Mato Grosso, do Pará, de Rondônia, de Roraima e do Tocantins. Em 2005, foram notificados 599.690 casos de malária no Brasil, com 88 mortes. Com Karla Ferreira e Rafael Sette Câmara
Especialistas no combate à malária se encontraram, na manhã desta segunda-feira, na Faculdade de Farmácia da UFMG. Participaram da Reunião Internacional dos Antimaláricos, representantes da Organização Mundial de Saúde (OMS), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde. O objetivo do evento foi avaliar métodos e dados referentes ao controle de medicamentos antimaláricos, além de acertar a possibilidade do projeto Avaliação Pontual da Qualidade de Antimaláriocos no Programa SUS, sugerido pela UFMG.
O resultado desse levantamento apontou que a precariedade das instalações locais, muitas vezes feitas em madeira e com telhado de amianto, prejudicam a conservação dos remédios. Segundo o professor Gerson Antônio Pianetti, que participou dos estudos, em alguns lugares visitados não havia sequer energia elétrica.
A malária é uma doença infecciosa causada por parasitas. Ela é transmitida através da picada do mosquito vetor Anopheles, bastante comum em regiões quentes e úmidas, como é o caso da Amazônia. A malária também pode ser transmitida pelo sangue contaminado. Os sintomas da doença são febres intensas, lesões no fígado, no baço e em outros órgãos, além de anemia profunda. Tais sintomas costumam surgir 40 dias após a picada. A melhor forma de prevenção da doença é o combate à água parada, local utilizado pelo mosquito para sua reprodução.