As bailarinas Thembi Rosa e Renata Ferreira apresentam logo mais, às 21h30, no Teatro do Instituto Casa da Glória, em Diamantina, a coreografia Regra de Dois, dentro da programação do 38º Festival de Inverno da UFMG. O que o público vai ver hoje é a pré-estréia do espetáculo: "Já fizemos um ensaio aberto em Belo Horizonte, mas será a primeira vez que vamos apresentar com a luz definida. Vai ser uma grande surpresa a forma como o público vai reagir ao espetáculo, depende do que cada um entende por dança contemporânea". Thembi e Renata vêem este estilo como resultado de processos investigativos que exploram conceitos como pluralidade, fragmentação e justaposição de elementos e, por isso, o espetáculo explora a construção mais espontânea, em contraponto à coreografia definida, característica da dança clássica. Colaboração "Foi um processo em conjunto. Eles ficavam numa sala ao lado da nossa. Às vezes eles apresentavam uma música para criarmos a dança e às vezes nós é que apresentávamos uma proposta de movimento para eles criarem a ambientação sonora". As regras que as duas bailarinas se propuseram a seguir vão de coisas simples, como usar movimentos espiralados, a outras menos comuns, como vestir roupas sem usar as mãos. O cenário é simples e limpo. Objetos de pesos, tamanhos e formas diferentes interagem com as duas dançarinas, que os atiram para o alto e realizam um movimento no exato tempo de sua queda. Essa é uma regra que não pode ser quebrada. Na rua Às 18h, acontece o Encontro Transdisciplinar, debate entre os artistas Chico Marinho, Damián Rodriguez Kess, João Gabriel Marques da Fonseca e Fabrício Fenandino. O encontro está programado para acontecer de 18h às 21h, e termina com a apresentação do espetáculo Teatro musical contemporâneo”, de Damián Rodriguez Kess (Argentina). O local é o anfiteatro da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Às 19h, os músicos Maurício Loureiro e Luiz Naveda apresentam a palestra Aspectos metodológicos de extração e processamento de expressividade musical. O evento acontece no auditório do Instituto Casa da Glória.
Criação espontânea das duas bailarinas, que produzem e dirigem o espetáculo, a coreografia se apóia em roteiro prévio, mas que dá margem à espontaneidade. "Existe um roteiro com princípios como tempo, espaço, dinâmica e música, mas é a construção espontânea que caracteriza a dança", fala Thembi.
A trilha sonora ficou nas mãos do grupo O Grivo, que já mantém uma intimidade com a improvisação. Os músicos Marcos Moreira e Nelson Soares desenvolvem pesquisas com fontes sonoras acústicas e eletrônicas desde 1990. Eles criaram as músicas do espetáculo enquanto as diretoras roteirizavam a dança, como explica Thembi.
Oespetáculo de rua Equilíbrio em Movimento, uma intervenção cênica realizada pelo Grupo Fayanka, da Colômbia, também faz parte da agenda de hoje do Festival. A trupe se apresenta em dois espetáculos, o primeiro às 13h, na praça Monsenhor Neves, Centro, e o segundo às 16h, no asilo do Pão de Santo Antônio, bairro Rio Grande.