Mineiro da capital do Estado e um dos vencedores do prêmio Jovens Instrumentistas do BDMG, Fernando Sodré não tem dificuldade para apontar de onde vem a afinidade com a música caipira: "Descobri a viola ouvindo o mestre Renato Andrade... Foi paixão mesmo!". Há mais de dez anos estudando e reinventando a viola caipira, o cantor e compositor mostra o resultado de toda essa dedicação no show A viola de Fernando Sodré na estrada, nesta quinta-feira, 20, às 21h30, na Praça do Mercado Velho, em Diamantina. O espetáculo faz parte da agenda de eventos artísticos do 38º Festival de Inverno da UFMG. Sobre o álbum mais recente, que leva seu nome, Sodré explica: "Coloquei nele todas as influências que eu tive", acrescentando que não se trata de um disco de música caipira. Como destaca o próprio músico, ele traz choro, ritmo que marcou o início de sua carreira, e flamenco, seu objeto de estudos nos últimos anos. "É difícil rotular, mas é música popular brasileira. A maioria das músicas é de minha autoria, além disso tem parcerias e duas releituras de choros antigos", detalha. Diamantina Essa experimentação é a marca do trabalho do artista. "A música experimental permite o virtuosismo, explica Sodré. São muitas notas, a gente faz muito improviso. O talento da banda que trabalha comigo permite isso", diz, aproveitando para elogiar os músicos com quem divide o palco: André Siqueira (violão, guitarra e flauta), Edson Fernando (bateria) e Aloísio Horta (baixo). E fala da importância desse espaço de experimentação no Festival: "É uma oportunidade de mostrar o trabalho e das pessoas ouvirem outras coisas produzidas no país". O próximo disco já está aprovado na Lei Rouanet "e será todo instrumental", adianta Sodré. Para ler mais noticias sobre o Festival, clique aqui.
"No show em Diamantina vou mostrar um pouco dessa trajetória e das pesquisas musicais que tenho feito", antecipa. Sodré é conhecido pela inovação na música de viola. O músico acrescentou quatro cordas à tradicional viola caipira de dez cordas, o que possibilita o alcance de acordes mais graves.