A noite hoje vai ser longa para quem não se cansa da boa música, hoje, no 38º Festival de Inverno da UFMG. A bossa e o jazz no violão de Juarez Moreira abrem a noitada auditório do Instituto Casa da Glória, onde o músico se apresenta ao lado do trompete de Joatan Nascimento. No espetáculo Juarez Moreira convida Joatan Nascimento, o violonista e o trompetista, acompanhados pelo baterista Neném e pelo baixista Kiko Mitre, interpretam composições próprias e músicas do repertório de compositores consagrados, como Tom Jobim e George Gershwin. Um dos músicos mais representativos da "escola mineira" Juarez vem cumprindo uma trajetória vitoriosa na MPB. "A importância da música instrumental está cada vez maior, afirma. Engana-se quem acha que ela está escondida". Juarez lembra a última vez em que tocou em Belo Horizonte, numa praça da cidade: "Eram mais de três mil pessoas! A grande coisa do mundo globalizado é isso. Você não é obrigado a consumir o que a TV te dá. Você pode ir atrás", incentiva. Bom de trompete Na praça Para além de um simples modismo, o vocalista Gustavo Negreiros (voz, guitarra e violão), acredita no espaço que esses ritmos têm alcançado. "Eu acho que os olhares estão mais voltados para a cultura negra, hoje, observa. Talvez pela redescoberta do tambor, a música black tenha conquistado um lugar". É a primeira vez que o grupo se apresenta em Diamantina. "É bom porque vai ter gente de todo lugar", anima-se Gustavo. "A gente fica na expectativa de ver a reação do público", o músico reafirma a importância desse diálogo com as pessoas que ouvem sua música e explica que isso só acontece a partir da intimidade entre os próprios integrantes do grupo. "A gente valoriza muito a nossa amizade. E a nossa musicalidade vai amadurecendo, aos poucos, a partir dessa relação, afirma. (Clique para ver mais notícias do Festival)
O trompetista alagoano Joatan Nascimento, em seus 25 anos de música, já tocou em bandas, bares e com artistas consagrados como Caetano Veloso e Daniela Mercury. Este ano ele traz essa experiência para o Festival na oficina Banda de Música, na qual se inspirou em sua própria trajetória como músico.
Nascimento já lançou um disco de choro para trompete, no qual, após exaustiva pesquisa, recuperou composições exclusivas para esse instrumento. Sobre a sua transição entre a música instrumental de raiz e a música baiana mais popular e comercial, ele defende que tudo é música e o instrumentista precisa abrir seu leque de conhecimento para experiências musicais diferentes.
Para quem quer mais, o Festival oferece outra boa opção. Na Praça do Mercado, a corrente é black music. Samba-funk e hip-hop em músicas próprias e releituras montam o reper–tório da banda do Black Sonora, que se apresenta às 22h30. No repertório, releituras de Jorge Ben, Tim Maia Racional, Buena Vista Social Club e músicas de autoria da banda.