Luna Lunera/Divulgação |
Chico, Dante e Rouca, três chapeleiros-cientistas aposentados, se reúnem na madrugada silenciosa de uma antiga fábrica com o objetivo de construir o chapéu perfeito, ajudados por Pao, um jovem aprendiz. Essa história, com a técnica apurada e o estilo inconfundível do Grupo Lume, de Campinas, é contada no espetáculo O que seria de nós sem as coisas que não existem, programa da noite desta sexta-feira no 38º Festival de Inverno da UFMG. O estranho título do espetáculo que o Grupo Lume apresenta em Diamantina é a cara dessa trupe que, em diversas edições do Festival, trouxe sempre contribuições valiosas ao aprendizado das artes cênicas e, ao mesmo tempo, montagens instigantes e inovadoras. O grupo de pesquisadores de Campinas eleva ao máximo a técnica de mímesis corpórea, ou seja, a imitação da gestualidade do cotidiano. Criação Mas, claro, eles precisavam de alguma base para trabalhar. Por isso, os atores pesquisaram por um ano uma fábrica de chapéus à moda antiga de Campinas e, a partir da observação desses trabalhadores e das suas histórias, foram imaginados os personagens e criado o texto do espetáculo. A direção é de Norberto Presta, ator ítalo-argentino que trabalha muito com a dramaturgia do ator, que, para ele, "tem a ver com a autonomia do ator, que não trabalha somente para reconstruir uma idéia, mas tem a possibilidade de criar tensões, de construir uma personalidade em cena". Ana Cristina Colla, Jesser de Souza, Raquel Scotti Hirson e Renato Ferracini são os atores-criadores de O que seria de nós sem as coisas que não existem, que você pode conferir, tanto hoje no Festival às 22h no Teatro da Casa da Glória, quanto no Festival Internacional de Teatro (FIT) em Belo Horizonte, nos dias primeiro e dois de agosto
Mas, diferente da peça Café com Queijo - espetáculo do Lume também visto em outro Festival de Inverno - em que os personagens foram criados a partir de pessoas já existentes, os atores partiram de personagens imaginados, um avanço da técnica desenvolvida pelo grupo.