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O Laboratório de Aquacultura (Laqua) da Escola de Veterinária recebeu, na tarde desta sexta-feira, dia 11, a visita do secretário especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República, ministro Altemir Gregolin. Inaugurado em março deste ano, o Laboratório já recebeu investimentos de R$ 2,2 milhões, sendo que R$ 527 mil foram liberados pela Secretaria da Pesca. O ministro foi recebido pelos pró-reitores de Pesquisa, Carlos Alberto Tavares, e de Extensão, Angela Dalben, pelo assessor especial de Agropecuária da UFMG, Roberto Baracat, pelo diretor da Escola de Veterinária, Francisco Lobato, e pelo coordenador do Laqua, Lincoln Pimentel Ribeiro. Durante a visita, Gregolin esteve acompanhado do chefe regional da Secretaria da Pesca, Wagner Benevides. "Este é um laboratório estratégico para o desenvolvimento da aqüicultura brasileira. É um dos poucos que trabalha toda a cadeia produtiva da piscicultura", disse o ministro Gregolin, que sinalizou com a possibilidade de investir mais recursos no Laboratório, que precisa de cerca de R$ 1,4 milhão para ser concluído. O dinheiro liberado pela Secretaria Especial da Pesca foi aplicado na compra de um sistema de recirculação que permite reaproveitar toda a água consumida. "Esse é um diferencial do nosso laboratório, que trabalha numa perspectiva ambientalmente correta", comenta o professor Lincoln Pimentel. Impressionado com a área física do Laboratório (cerca de dois mil metros quadrados), Altemir Gregolin lembrou que a aqüicultura é um dos ramos mais promissores do agronegócio em todo o mundo. "E o Brasil é um dos países com maior potencial para atender ao crescimento da demanda internacional de pescado por causa de seus enormes recursos hídricos", afirmou. Ele citou uma estatística da FAO (Organização para a Agricultura e Alimentação), segundo a qual até 2.030 o consumo de peixe no mundo será de 22,5 quilos/habitante/ano - atualmente, ele está na faixa de 16,3 quilos. "Para chegar àquele patamar de consumo, o mundo teria que produzir 90 milhões a mais de toneladas de pescado por ano", informou o ministro. Para Gregorin, o Brasil tem amplas condições de ampliar sua produção de pescado. "Hoje, nossa produção é de um milhão de toneladas por ano. Em 15, 20 anos podemos chegar a 10 milhões se houver investimentos continuados no desenvolvimento da cadeia de produção", projetou. Linha completa O projeto do laboratório prevê, ainda, a construção de tanques, de outra estação de tratamento de água - uma já está instalada - e da unidade de processamento de peixes. "É nesta que serão geradas tecnologias para que a indústria possa beneficiar o peixe criado em cativeiro", informa o coordenador.
O Laboratório de Aquacultura da Escola de Veterinária foi projetado para ser uma indústria-piloto em pequena escala capaz de reproduzir toda a cadeia produtiva da piscicultura em cativeiro. "Da produção de ovos até o produto industrializado", resume o professor Lincoln Pimentel.
Para dar conta de toda essa rede produtiva, o Laqua mantém os laboratórios de Ictiossanidade (que estuda a saúde dos peixes), Nutrição, Limnologia, Bioclimática e Quarentena, todos já em funcionamento.