Estão abertas as incrições para dois cursos de especialização em microeletrônica, que serão oferecidos pela UFMG de setembro deste ano a março de 2007. Com ênfase em microfabricação de circuitos integrados, o curso Microeletrônica – Microfabricação, oferecido pelo Programa de Pós-Graduação em Física, terá 360 horas aula. Já o curso Microeletrônica – Projeto de Circuitos Integrados, é voltado para o projeto de circuitos integrados digitais de alta complexidade, e será oferecido em 390 horas aulas pelo Programas de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica. As inscrições para dois cursos estão abertas até o final de agosto. Ao todo, são 60 vagas, voltadas para profissionais graduados em Física, Química, Ciência da Computação, Engenharia Elétrica, Engenharia Eletrônica, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Química, Engenharia de Materiais e afins. O objetivo dos cursos é treinar, em regime intensivo, no nível de especialização, pessoas com formação em áreas afins à microeletrônica, setor estratégico para o desenvolvimento tecnológico e científico do Brasil. Portas abertas Em 2005, a balança comercial brasileira de produtos elétricos e eletrônicos ficou no vermelho. De acordo com o Ministério de Ciência e Tecnologia, o déficit foi de cerca de 7,36 bilhões de dólares em componentes. Em microeletrônica, o saldo negativo foi de aproximadamente US$ 3 bilhões. Em outras épocas, nas décadas de 70 e 80, o Brasil experimentou um fugaz momento de euforia do setor de microeletrônica. Havia no país 23 indústrias no final dos anos 80, e dessas apenas uma produzindo circuitos integrados. Mas não tardou para que este setor praticamente desaparecesse do cenário econômico brasileiro. Atualmente, quatro empresas estão em operação no país. “Não existe uma fábrica sequer no Hemisfério Sul. O setor de microeletrônica é, certamente, uma das alternativas de desenvolvimento para o Brasil”, sentencia Wagner Rodrigues. Mas há alguns entraves para o setor decolar em território nacional. Este setor demanda investimento constante, destinado à realização de pesquisas científico-tecnológicas. “Também é fundamental que exista uma política industrial para o setor”, completa Rodrigues. Além disso, se por um lado a matéria-prima – o silício - é farta, escassa é a oferta de profissionais qualificados. Mas os ventos parecem ter mudado. Está em andamento projeto que prevê a implantação de um Pólo de Microeletrônica nos arredores de Belo Horizonte. A estratégia começa com a implantação de uma fábrica de “chips” em Confins, voltada para o mercado internacional. Dedicação exclusiva Os alunos de melhor rendimento nos cursos de especialização serão enviados com todas as despesas pagas para estágio de até nove meses nas plantas de desenvolvimento e industriais dos parceiros da recém-criada Companhia Brasileira de Semicondutores (CBS) - a ser instalada no Pólo de Microeletrônica de Lagoa Santa -, bem como em outros laboratórios de pesquisa de ponta em micro e nanoeletrônica. Parte dos formandos poderá ser absorvida pela CBS. A iniciativa é voltada essencialmente para a capacitação de profissionais especializados que irão atuar na constituição, manutenção e expansão do futuro Pólo de Microeletrônica de Lagoa Santa, em Minas Gerais. Inscrições e mais informações:
O mercado mundial de microeletrônica movimenta recursos da ordem de 500 bilhões de dólares por ano, sendo maior que o da indústria automobilística e de petróleo. “E o Brasil participa desse mercado essencialmente como importador”, alerta o professor de Físia da UFMG, Wagner Rodrigues, responsável pelo curso de microeletrônica com ênfase em microfabricação.
Devido ao caráter intensivo dos dois cursos oferecidos pela UFMG, os alunos terão regime de dedicação exclusiva às atividades. Para isso, os candidatos selecionados receberão bolsas no nível BDTI-V (R$ 1.050,00) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), que financia todo o projeto, no valor de R$ 2,6 milhões.
Curso de Microfabricação: www.fisica.ufmg.br/posgrad/InscricaoME e (31) 3409-5637
Curso de Projetos de Circuitos Integrados:
www.cpdee.ufmg.br/cemicropci e (31) 3409-4220
Informações também em www.fundep.br.