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Concebido para se tornar referência nacional e internacional em microscopia, viabilizando pesquisas de ponta em áreas como ciência de materiais, nanofabricação, diagnóstico e biomédica, foi inaugurado na manhã desta sexta-feira, 29, o Centro de Microscopia da UFMG, localizado na parte extrema do quarteirão 10 do campus Pampulha, próximo ao Centro de Pesquisas Hidráulicas da Escola de Engenharia O Centro trará, segundo o reitor Ronaldo Pena, "importante contribuição à formação de recursos humanos altamente qualificados no estado e propiciará o desenvolvimento de novas tecnologias em produtos, processos e serviços pelas empresas de base tcnológica". Mercado mundial "A projeção para 2020 é da ordem de US$ 1 trilhão, crescimento de trezentas vezes em 15 anos. O Centro de Microscopia certamente vai colocar Minas e o Brasil neste mapa de crescimento", assegurou. Ronaldo Pena disse ainda que a iniciativa da UFMG terá impacto no arranjo produtivo local de biotecnologia, no pólo de microeletrônica em implantação na cidade de Lagoa Santa e nas indústrias maduras de seu entorno."Isso sem falar no nosso Parque Tencológico, o BH-Tec", destacou. Coesão institucional Ela relembrou o empenho de pesquisadores de toda a Universidade, em 2003, para unir forças em torno de um único projeto que concorreria a recursos do edital CT-Infra 4, da Finep. "Este projeto agregou mais de 50 pesquisadores doutores de 12 unidades acadêmicas. Mas mais do que isso, pesquisadores de outros projetos igualmente qualificados e legítimos compreenderam que era necessário abrir mão de concorrer ao edital para concentrar esforços na construção deste Centro", relembrou. Qualidade Ao relatar o esforço do grupo e da Administração da Universidade, Elizabeth Ribeiro da Silva lembrou que há um ano, durante visitas aos fabricantes de microscópios eletrônicos na Europa e no Japão, ouviu de um técnico comentário desencorajador sobre o Centro de Microscopia. "Ele disse que em função de estarmos na América Latina com um projeto tão audacioso, talvez em dez ou 15 anos conseguíssemos concretizá-lo". Presente à solenidade, Fernando Mendoza, diretor da FEI - empresa holandesa que fabricou os primeiros microscópios eletrônicos em instalação no Centro de Microscopia - afirmou que as instalações hoje inauguradas no campus Pampulha "são, sem sombra de dúvida, as melhores que existem na América Latina e tão boas ou melhores do que muitas européias e norte-americanas".
Segundo o reitor, em 2003 o mercado mundial envolvendo materiais na escala micro e nanométrica - seja para utilização na indústria siderúrgica, eletroeletrônica, química, aeroespacial, farmacêutica e agroindústria, seja para diagnósticos clínicos - foi superior a US$ 3 bilhões.
Ana Lúcia Gazzola, reitora em cuja administração foi elaborado o projeto que captou recursos junto à Finep, bem como o início da construção do prédio e a aquisição dos primeiros equipamentos, ressaltou que a implantação do Centro de Microscopia é "um emblema da coesão institucional da UFMG".
Ana Lúcia Gazzola destacou ainda o trabalho suprapartidário da UFMG, que garantiu o aporte de recursos por emendas da bancada mineira no Congresso Nacional. Ressaltou ainda o apoio da Fapemig e do Banco do Brasil.
A pró-reitora adjunta de pós-graduação, Elizabeth Ribeiro da Silva, relembou o surgimento da idéia de construção do Centro de Microscopia, a partir de 1998, quando um grupo de pesquisadores, de nove unidades acadêmicas, passou a discutir o projeto.