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O desafio de divulgar o conhecimento científico para o público leigo é tema de duas mesas-redondas nesta terça-feira, 17, no Instituto de Ciências Biológicas (ICB), no campus Pampulha. Com a participação de jornalistas, professores e dirigentes de agências públicas de fomento à pesquisa, o evento Ciência em Pauta é parte do projeto Fazer Ciência, do ICB, dedicado a ampliar a divulgação da produção científica da universidade na área de ciências biológicas. Representando o reitor Ronaldo Pena no evento, a pró-reitora adjunta de pós-graduação, Elizabeth Ribeiro, ressaltou a importância da transferência de informação "que fuja do caminho fácil do sensacionalismo". Destacou ainda a necessidade de produzir informação científica para os públicos jovem e infantil, principalmente de escolas públicas. "É preciso reconhecer que a sociedade bem informada sobre o que é a ciência vai apoiar e entender o apoio governamental à produção científica", disse a professora, ao lembrar que o processo é "uma via de duas mãos: de um lado promove a democratização da ciência, de outro, resulta em apoio à pesquisa e à divulgação científica". ICB "Eventos como esse são muitos importantes. Que este seja o marco inicial da nossa proposta de divulgação científica", disse a professora, referindo-se à idéia de criação de um núcleo de divulgação científica no ICB. A proposta é defendida pela professora Janetti Nogueira de Francischini, organizadora do Ciência em Pauta. "A Universidade pública tem como uma de suas mais nobre funções compartilhar saberes", diz Janetti Nogueira. Mesas redondas O evento se encerra à tarde com a mesa redonda Olhares sobre a popularização da ciência: a produção, a divulgação e a reflexão, entre 14h e 16h. Participam os expositores professor Sérgio Danilo Pena (ICB-UFMG), professor Ricardo Valério Fenati (Fafich-UFMG), e a jornalista Eduardo Geraque (Fapesp). Atua como moderadora a professora Tânia Margarida Lima Costa (CDC-UFMG).
Ainda na solenidade de abertura, a diretora do ICB, professora Maria Cristina Castro, comentou que o Instituto possui cerca de 130 laboratórios, 600 alunos em seus dez cursos de pós-graduação, e cerca de outros mil estudantes de graduação envolvidos em atividades de laboratórios. "Sabemos muito pouco o que nossos colegas estão fazendo", afirmou.
Já o pró-reitor de pesquisa da UFMG e ex-diretor do ICB, professor Carlos Alberto Tavares, destacou que o Brasil atingiu um patamar muito significativo em termos de publicação do conhecimento produzido. "O desafio agora é transformar o conhecimento em inovação tecnológica", disse.
Após a abertura, foi realizada a primeira mesa-redonda do dia, com o tema A divulgação científica como retorno à sociedade, de investimentos públicos em ciência. Participaram os expositores Mário Neto, diretor científico da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), a professora Flávia Natércia Medeiros, responsável pelo Labjor (Unicamp, São Paulo), e como moderadora a professora Maria Ceres Pimenta Castro, diretora de Divulgação e Comunicação Social (Cedecom) da UFMG.