Com uma palestra do neurologista Gilberto Belizário Campos, que falará sobre Epilepsia: um desafio para a medicina, para as neurociências e para a sociedade. tem início nesta quinta-feira, 26, o 1º Congresso Mineiro de Epilepsia. O encontra prossegue até sábado no Instituto de Ciências Biológicas (ICB/UFMG), campus Pampulha. A palestra inaugural, na sessão de abertura do evento, acontece no auditório da Reitoria, as 19h, tendo como coordenador o professor José Maurício Campos Em seguida, será apresentado um concerto musical, pelo pianista Wilton de Melo Cardoso. As atividades do Congresso, contudo, já começam às 10h de quinta-feira, com o Simpósio Satélite em Hormônios e Epilepsia, na sala Wilson Beraldo, do ICB. Além desse simpósio, o 1º Congresso Mineiro de Epilepsia abriga a realização simultânea da 4ª Jornada Brasileira de Epilepsia da LBE e a 1ª Jornada de Atualização em Epilepsia da Amae. Preconceito De fato, o preconceito é o maior problema associado à epilepsia, que acompanha a doença desde os seus primeiros registros. Ainda hoje, uma significativa parcela da sociedade entende a epilepsia como um mal associado a causas sobrenaturais ou problema de insanidade mental. "O estigma e a má compreensão sobre a doença estão presentes até mesmo na etimologia da palavra 'epilepsia', que significa 'ser invadido ou possuído', acrescenta Doretto. Segundo a pesquisadora, "a epilepsia é uma síndrome, não contagiosa, caracterizada por repetidas crises epilépticas provocadas a partir da instabilidade elétrica de algumas células cerebrais. Nem todas as pessoas que apresentam crises epilépticas são portadoras da síndrome". Tratamento "Os próprios profissionais que se envolvem, direta ou indiretamente, com pacientes epilépticos, muitas vezes não estão suficientemente preparados para tratá-los. Dessa forma, a omissão de informações, falta de atenção ou má interpretação na análise dos exames podem gerar diagnósticos positivos em relação à epilepsia em pacientes normais e orientá-los indevidamente a iniciar o tratamento contra a moléstia", finaliza Maria Carolina Doretto. Mais informação sobre o congresso na Internet.
Segundo a coordenadora do 1º Congresso Mineiro de Epilepsia, professora e pesquisadora Maria Carolina Doretto, do Departamento de Fisiologia e Biofísica do ICB/UFMG, o evento "pretende recolocar na sociedade a discussão sobre a epilepsia, para combater o estigma que cerca a doença, além do preconceito e da discriminação contra os seus portadores".
O tratamento da epilepsia é feito, essencialmente, com medicação para a contenção das crises – 70% dos casos de epilepsia podem ser tratados e controlados com medicamentos de baixo custo. Contudo, apesar dos recursos existentes, a população brasileira portadora de epilepsia é pouco ou mal atendida. O sistema de saúde brasileiro ainda não está preparado para lidar com a síndrome.