Socializar os saberes construídos por alunos de ensino médio das 14 instituições mineiras participantes do Programa de Vocação Científica (Provoc). Este é o principal objetivo da I Mostra científica e tecnológica dos programas de iniciação científica júnior de Minas Gerais, que começou nesta quinta-feira, 26, e se encerra no sábado, 28, nas dependências do Colégio Técnico (Coltec), no campus Pampulha. O evento tem o apoio da Unesco e do Ministério da Educação. O Programa oferece, a estudantes do ensino médio e profissionalizante de escolas da rede pública, a oportunidade de realizar pesquisas de iniciação científica e participar de um processo diferenciado de aquisição do saber, que valoriza a busca e a produção do conhecimento. Abertura O reitor Ronaldo Pena deu boas-vindas aos alunos e coordenadores de diversas regiões do Estado que participam da Mostra e destacou que vê com surpresa o crescimento do Provoc, “uma fantástica atividade de preparação dos jovens que serão os responsáveis pelo país”. Anunciou ainda que o projeto de expansão do ensino técnico e de avanço na formação de tecnólogos, na UFMG, sugerido ao MEC, lhe é “particularmente caro” . “Conversei a respeito com o ministro da Educação, Fernando Haddad, e faremos projeto nessa área”, comentou Ronaldo Pena. A professora Gisele Brandão Machado de Oliveira, que coordena o Programa de Iniciação Científica Júnior da UFMG com o professor Paulo de Oliveira, ressaltou que o Provoc “é um processo significativo de aprendizagem e de transformação pessoal e coletivo de todos os alunos participantes”. Segundo ela, depoimentos colhidos entre os estudantes das 14 instituições revelam melhoria nos campos das relações interpessoais, de auto-estima e de afetividade. “Não se trata de crescimento apenas no campo cognitivo”, reiterou. O coordenador de ensino profissional do Coltec, Márcio Fantini Miranda, falou da importância do Provoc para a maturidade do aluno e como estímulo ao gosto pela pesquisa. Iniciação científica Segundo Roitman, a iniciação científica teve início no Brasil na década de 1950, com a implantação do CNPq. “O panorama de ciência e tecnologia naquela época era bastante diferente: havia poucos pesquisadores no país, quase todos na região Sudeste”, comentou. Por outro lado, as escolas públicas eram melhores, e o professor mais valorizado, disse o palestrante. Desse modo, “o egresso do ensino médio era mais capacitado para o exercício de uma carreira profissional”, acrescentou, ao lembrar que hoje cerca de 70% da população brasileira compõe-se de analfabetos funcionais, isto é, de pessoas que sabem ler e escrever, mas não entendem bem o que lêem. Para Isaac Roitman, as atividades de iniciação científica podem ser um dos instrumentos que, aliado a outras ações, “pode ajudar muito para modificar este quadro”. O Provoc é uma modalidade de iniciação científica que introduz o jovem em atividades de pesquisa, ainda no ensino médio. Roitman informou que atualmente o Brasil possui cerca de 21 mil estudantes de graduação com bolsas do CNPq para o desenvolvimento de atividades de Iniciação Científica, outros 20 mil com bolsas das próprias instituições de ensino e das fundações de amparo de seus respectivos estados, além de um contingente de 24 mil alunos que desenvolvem a atividade sem receber bolsa. Leia mais sobre a Mostra e veja a programação do evento.
Na solenidade de abertura, no auditório 3 do Instituto de Ciências Exatas, núcleo da banda do Colégio Militar, sob a regência do sargento Andrade, executou o hino nacional brasileiro.
Em seguida, o professor Isaac Roitman, diretor do Departamento de Políticas e Programas Temáticos do Ministério de Ciência e Tecnologia Presidente da Comissão Nacional de Avaliação de Iniciação Científica (CNPq), fez palestra sobre Políticas educacionais para Iniciação Científica na educação básica e profissional.