Na véspera de completar 109 anos de fundação, Belo Horizonte ganha um presente de aniversário com a entrega das obras de infra-estrutura do Parque Tecnológico (BH-Tec), primeiro passo para a concretização do empreendimento que consolida a vocação da cidade como pólo gerador de produtos e serviços de alta tecnologia. A cerimônia de inauguração será nesta segunda-feira, dia 11, às 16h30, no terreno localizado próximo ao campus Pampulha, entre as avenidas José Vieira de Mendonça, Presidente Carlos Luz e o Anel Rodoviário. O reitor Ronaldo Pena, o prefeito Fernando Pimentel e o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Paulo Kléber, confirmaram presença na solenidade, que será marcada por descerramento de uma placa. Também foram convidados os presidentes da Fiemg, Robson Andrade, e do Sebrae, Luiz Carlos Dias de Oliveira. Orçadas em R$ 6,5 milhões, as obras de infra-estrutura, executadas pela Prefeitura de Belo Horizonte, destinam-se à urbanização do local, como terraplanagem, pavimentação das vias internas do complexo, recuperação do Córrego Mergulhão, que banha o terreno, e construção de uma obra viária de acesso ao BH-Tec. As obras de infra-estrutura preparam o local para receber as edificações, que começarão a ser erguidas em março e ficarão sob a responsabilidade do Governo de Minas. O edital que prevê a construção do chamado prédio institucional do BH-Tec está sendo finalizado. “Nele ficarão instalados o centro administrativo, os escritórios de algumas empresas e consórcios e centro de convenções”, informa Mariana Santos, gestora executiva do Parque Tecnológico. Essa edificação ocupará área de seis mil metros quadrados. Propostas e critérios Mariana Santos dá uma pista do perfil de empreendimento que o BH-Tec deverá receber. “Queremos empresas capazes de agregar valor, gerar inovação e empregar mão-de-obra qualificada”, explica ela. Estima-se que o BH-Tec abrigará uma população de três mil pessoas quando estiver plenamente ocupado. Alguns consórcios já estão sendo formados como o Centro de Excelência de Energias Renováveis, núcleo de pesquisa comandado por Eletrobrás, Furnas, Cemig e pelo departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas (ICEx). Outro grupo pretende criar o Porto Digital, que reunirá incubadora e empresas dedicadas à prestação de serviços e ao desenvolvimento de novos produtos. Vocação “Em 2007, o setor de informática deverá movimentar cerca de R$ 2 bilhões”, projeta o economista Leonardo Guerra, assessor especial do prefeito Fernando Pimentel e representante da PBH no Conselho Administrativo do Parque Tecnológico. “Com o Parque, setores de ponta da economia da cidade terão como manter o atual ritmo acelerado de crescimento”, explica Guerra. Em 2005, o segmento de informática e tecnologia da informação cresceu 18% na capital mineira, quatro vezes mais que a média dos outros setores. Investimentos A construção do empreendimento é considerada estratégica para lançar novas bases para a geração de emprego e renda no Estado, a partir da produção de tecnologia avançada - e não apenas de produtos, como ocorre em distritos industriais convencionais. O empreendimento está sendo viabilizado a partir de parceria entre UFMG, Governo do Estado, Prefeitura de Belo Horizonte, Fiemg e Sebrae.
Ao mesmo tempo em que começa a ganhar uma “cara física”, o Parque Tecnológico de Belo Horizonte já começa a provocar uma "corrida" entre as empresas interessadas em se instalarem no complexo. “Já recebemos cerca de 40 propostas”, revela Mariana Santos. Segundo ela, os integrantes dos conselhos de Administração e Técnico-Científico do Parque vão se debruçar sobre as propostas e elaborar os critérios para o ingresso de empresas.
A construção do Parque Tecnológico de Belo Horizonte proporcionará condições para o crescimento sustentado dos setores de tecnologia de ponta, como informática e biotecnologia, responsáveis hoje por grande parte da riqueza gerada no município.
O Parque Tecnológico deverá canalizar investimentos no valor de R$ 500 milhões nos próximos dez anos. Ele ocupa terreno de 535 mil metros quadrados, cedido pela UFMG na região norte da capital, mas apenas 185 mil serão ocupados com edificações, que reunirão empresas dedicadas a produzir novas tecnologias, laboratórios de pesquisa de instituições públicas e privadas e serviços de apoio às atividades tecnológicas. Os outros 350 mil metros quadrados serão de área nativa preservada.