Isabel Baldoni/Ascom/PBH |
O reitor Ronaldo Pena, o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, e o secretário de estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Paulo Kléber, inauguraram, na tarde desta segunda-feira, 11 de dezembro, as obras de infra-estrutura do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec). Na ocasião, foi descerrada placa comemorativa pelo primeiro passo rumo à concretização do empreendimento, que consolida a vocação da cidade como pólo gerador de produtos e serviços de alta tecnologia. A cerimônia de inauguração aconteceu no terreno localizado próximo ao campus Pampulha, entre as avenidas José Vieira de Mendonça, Presidente Carlos Luz e o Anel Rodoviário. Além da vice-reitora, Heloísa Starling, e do presidente do Conselho do Parque Tecnológico, professor Mauro Borges, estavam presentes os secretários municipais Murilo de Campos Valadares, Flávio de Lemos Carsalade, os presidentes da Fiemg, Robson Andrade, e do Sebrae, Luiz Carlos Dias de Oliveira, o superintendente de Desenvolvimento e Capital, Paulo Roberto Takahashi, e o representante dos operários que construíram a infra-estrutura do BH-Tec, José Maria Rangel. Segundo Pena, a UFMG investirá no Parque, além da área concedida para o projeto, com o que tem de melhor: conhecimento e recursos humanos. “A Universidade possui grande competência técnica. Aqui, temos a oportunidade de transformar o conhecimento em produto”, comentou. As obras As obras de infra-estrutura preparam o local para receber as edificações, que começarão a ser erguidas em março e ficarão sob a responsabilidade do Governo de Minas. O edital que prevê a construção do chamado prédio institucional do BH-Tec está sendo finalizado. “Nele ficarão instalados o centro administrativo, os escritórios de algumas empresas e consórcios e centro de convenções”, informa Mariana Santos, gestora executiva do Parque Tecnológico. Essa edificação ocupará área de seis mil metros quadrados. Propostas e critérios Mariana Santos dá uma pista do perfil de empreendimento que o BH-Tec deverá receber. “Queremos empresas capazes de agregar valor, gerar inovação e empregar mão-de-obra qualificada”, explica ela. Estima-se que o BH-Tec abrigará uma população de três mil pessoas quando estiver plenamente ocupado. Alguns consórcios já estão sendo formados como o Centro de Excelência de Energias Renováveis, núcleo de pesquisa comandado por Eletrobrás, Furnas, Cemig e pelo departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas (ICEx). Outro grupo pretende criar o Porto Digital, que reunirá incubadora e empresas dedicadas à prestação de serviços e ao desenvolvimento de novos produtos. Vocação “Em 2007, o setor de informática deverá movimentar cerca de R$ 2 bilhões”, projeta o economista Leonardo Guerra, assessor especial do prefeito Fernando Pimentel e representante da PBH no Conselho Administrativo do Parque Tecnológico. “Com o Parque, setores de ponta da economia da cidade terão como manter o atual ritmo acelerado de crescimento”, explica Guerra. Em 2005, o segmento de informática e tecnologia da informação cresceu 18% na capital mineira, quatro vezes mais que a média dos outros setores. Investimentos A construção do empreendimento é considerada estratégica para lançar novas bases para a geração de emprego e renda no Estado, a partir da produção de tecnologia avançada - e não apenas de produtos, como ocorre em distritos industriais convencionais. O empreendimento está sendo viabilizado a partir de parceria entre UFMG, Governo do Estado, Prefeitura de Belo Horizonte, Fiemg e Sebrae.
Sonho e realidade
Em seu depoimento, o presidente do Conselho do Parque Tecnológico, Mauro Borges, ressaltou a importância da inauguração das obras de infra-estrutura, que representam o primeiro passo de “grande ambição” da Universidade. “Este sonho começou em 1993. A grande disposição de forças políticas e acadêmicas possibilitou a concretização desta iniciativa importantíssima para o desenvolvimento tecnológico do Estado”, ressaltou.
Borges comentou, ainda, a grande vocação de Belo Horizonte para a ciência e a tecnologia. “A cidade conta com a UFMG e outros importantes centros de pesquisa. Temos grande vocação, mas estamos ainda aquém da capacidade científica”, disse, ao comentar que o Parque concentrará empresas de alta qualidade.
Competência
O reitor Ronaldo Pena disse de sua felicidade por ver concretizada esta etapa do BH-Tec: “Sou um reitor com formação em engenharia e fico feliz em inaugurar obra tão importante para o avanço da economia do Brasil. Trata-se de projeto que tem todas as condições de sucesso”, comentou.
O reitor também comentou a excelência da Universidade, que em 2007 completa 80 anos, e ressaltou a participação dos reitores Francisco César de Sá Barreto (1998-2002) e Ana Lúcia Gazzola (2002-2006) na concretização do sonho do Parque Tecnológico. “A Universidade está presente em diversas ações de desenvolvimento do País. Tudo o que ela constrói é resultado de amplo trabalho coletivo”, comentou.
Inovação
Já o secretário de estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, Paulo Kléber, ressaltou que inovação é a grande prioridade do País na atualidade. “Esse deve também ser o destino de Belo Horizonte. Esta inauguração é a prova contundente disso”, resumiu, ao lembrar que o BH-Tec irá contribuir efetivamente para o desenvolvimento do Estado: “O Parque vai proporcionar a estruturação e gestão sustentável de um novo e moderno ambiente de negócios”.
Quanto ao orçamento do projeto, Paulo Kléber ressaltou a participação da Prefeitura de Belo Horizonte, responsável pelos recursos das obras de infra-estrutura, e anunciou o montante previsto, pelo governo do Estado, para o projeto. “O Estado irá aportar recursos necessários à execução das obras de edificação da Zona Institucional do BH-Tec e a sua eventual ampliação, no valor total de R$20 milhões”, explicou.
Deste montante, R$ 6,5 mi serão destinados à construção do Centro Administrativa e Condomínio de Empresas, R$5 mi serão empregados no apoio às obras necessárias para a construção da Incubadora e outros equipamentos complementares, e R$8,5 mi serão investidos, ao longo dos próximos 10 anos, em ações de aprimoramento do projeto.
Por fim, o prefeito Fernando Pimentel ressaltou que a inauguração do Parque, na semana de comemoração do aniversário de 109 anos da cidade é representativo de uma capital “que sempre aponta para o futuro”. “Desde sua criação, Belo Horizonte se revelou arrojada”, ressaltou. O projeto do BH-Tec, segundo Pimentel, é resultado da grande sinergia entre parceiros diversos, dos governos municipal e estadual à UFMG e iniciativa privada. “O Parque será o espaço propício que reunirá empresas que demandam o melhor, representado pelo capital intelectual e os recursos humanos da Universidade”, ressaltou.
Orçadas em R$ 6,5 milhões, as obras de infra-estrutura, executadas pela Prefeitura de Belo Horizonte, destinam-se à urbanização do local, como terraplanagem, pavimentação das vias internas do complexo, recuperação do Córrego Mergulhão, que banha o terreno, e construção de uma obra viária de acesso ao BH-Tec.
Ao mesmo tempo em que começa a ganhar uma “cara física”, o Parque Tecnológico de Belo Horizonte já começa a provocar uma "corrida" entre as empresas interessadas em se instalarem no complexo. “Já recebemos cerca de 40 propostas”, revela Mariana Santos. Segundo ela, os integrantes dos conselhos de Administração e Técnico-Científico do Parque vão se debruçar sobre as propostas e elaborar os critérios para o ingresso de empresas.
A construção do Parque Tecnológico de Belo Horizonte proporcionará condições para o crescimento sustentado dos setores de tecnologia de ponta, como informática e biotecnologia, responsáveis hoje por grande parte da riqueza gerada no município.
O Parque Tecnológico deverá canalizar investimentos no valor de R$ 500 milhões nos próximos dez anos. Ele ocupa terreno de 535 mil metros quadrados, cedido pela UFMG na região norte da capital, mas apenas 185 mil serão ocupados com edificações, que reunirão empresas dedicadas a produzir novas tecnologias, laboratórios de pesquisa de instituições públicas e privadas e serviços de apoio às atividades tecnológicas. Os outros 350 mil metros quadrados serão de área nativa preservada.