A UFMG foi uma das cinco universidades públicas selecionadas pelo Ministério da Educação para graduar professores da educação básica no campo. A partir do segundo semestre deste ano, 50 docentes mineiros poderão voltar a estudar e obter formação multidisciplinar dentro da modalidade licenciatura no campo. Na UFMG, o curso será conduzido pela Faculdade de Educação (FaE). Para participar, os candidatos precisam enfrentar um vestibular especial, ainda sem data definida. Ao todo, serão oferecidas 250 vagas em universidades federais de Sergipe, Campina Grande, Brasília, Bahia e Minas Gerais. As vagas são destinadas a professores ativos, com ensino médio completo, mas que não receberam formação adequada para lecionar ou ainda não tiveram acesso ao ensino superior. As universidades têm autonomia para decidir sobre a condução da licenciatura, desde que ela contemple as áreas de linguagens, artes, literatura, matemática, ciências humanas, sociais, da natureza e ciências agrárias. Segundo Antônia Vitória Aranha, diretora da Fae, o formato do curso da UFMG ainda não foi definido, mas terá como modelo a experiência do Educação Básica do Campo: pedagogia da terra, projeto que inspirou o MEC a estabelecer a modalidade atual. Em vigência desde 2005, o pedagogia da terra forma professores de assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra e da Via Campesina. Para Antônia Vitória, "projetos como esses representam uma boa forma de diálogo da Universidade com os movimentos sociais". Com recursos de R$ 1 milhão - R$ 200 mil para cada insituição - a formação para professores do ensino básico no campo é uma iniciativa do MEC que pretende beneficiar parte dos 376.903 professores e 7.680.068 alunos da área rural registrados pelo censo escolar de 2005. Oferecido pela primeira vez, o projeto está inserido no Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciatura em Educação do Campo que ainda este ano deve ser ampliado com a incorporação de novas instituições.