Assessoria de Comunicação do HC |
Passa bem o balconista Hélio Francisco Moreira, 500º paciente a ser submetido a um transplante de medula óssea no Hospital das Clínicas (HC) da UFMG. Natural de Bocaiúva, Hélio tem 24 anos e recebeu, no dia 30 de janeiro, a medula de seu irmão, José Célio Moreira, de 34 anos, único entre os sete irmãos aprovado no teste de compatibilidade para a doação. Segundo o coordenador do Serviço de Transplante de Medula Óssea, Henrique Bittencourt, a resposta inicial foi muita boa. "Ele não teve reação na infusão da medula, está clinicamente bem e a previsão de permanência na internação é de três a quatro semanas", disse o médico. Vítima de aplasia de medula óssea, patologia que paralisa a fabricação de células sangüíneas, o paciente esperou durante seis meses pelo transplante. Ontem pela manhã, pouco mais de 24 horas após o procedimento, o paciente já estava sentado na cama, jogando damas, com uma expressão de tranqüilidade no rosto. "Nem parece que foi comigo. Estou muito feliz. Realizado, mesmo", conta. "Uma tia me disse que esta doença não era minha e que ela ia embora do mesmo jeito que apareceu. Acreditei nisso", contou. Conforme necessidade clínica, o paciente deve permanecer internado de 10 a 15 dias para recuperação, e realiza uma série de controles periódicos. Após receber alta, o paciente irá permanecer em controle semanal durante 90 dias. Antes de receber uma nova medula óssea, o paciente realiza quimioterapia mais intensiva. Para retirar a medula óssea, é feita uma punção no doador que, por ser feita no bloco cirúrgico e necessitar da aplicação de anestesia peridural, envolve mitos, quase sempre negativos. Na verdade, esse é um procedimento simples que permite a alta do doador no mesmo dia. Tanto que, caso o doador sinta dor após a punção, a medicação prescrita é a mesma indicada para dor de cabeça. O transplante de medula é semelhante a uma transfusão de sangue. Os primeiros quinze dias que precedem o procedimento são mais críticos para o paciente, já que envolvem a adaptação do órgão no novo organismo e vice-versa. Além do atendimento clínico o transplantado de medula óssea, o paciente necessita de apoio psicológico para superar a expectativa antes da cirurgia, quando o paciente normalmente aguarda a existência de um doador compatível e após o transplante, quando o paciente está sujeito a problemas como a rejeição.
O transplante
A medula óssea é responsável pela produção de sangue e hemoderivados no organismo. O transplante de medula óssea é indicado, na maioria dos casos, para pacientes com leucemia, mielodisplasia e aplasia. Mas o procedimento também tem sido indicado para outros procedimentos antes menos comuns, como lúpus, esclerose múltipla e até diabetes. A faixa etária do paciente que é submetido a um transplante de medula óssea é de 4 a 60 anos.
(Com assessoria do Hospital das Clínicas)