Pouco antes da abertura da videoconferência que lançou, em Tiradentes, as atividades de Residência Médica em Saúde da Família e o Serviço em Telessaúde, a vice-reitora Heloísa Starling concedeu entrevista coletiva, na qual explicou a importância da presença da UFMG na cidade. "A UFMG é proprietária de um conjunto de prédios importantes em Tiradentes e está montando um projeto que tem como eixos a área da saúde e a criação de um campus avançado de cultura", explicou, ao destacar a parceria com a prefeitura e com os governos estadual e federal. Heloísa Starling citou os projetos de recuperação da memória do artesanato da cidade, da criação de um museu virtual e a implantação do primeiro curso de especialização em museologia em Minas Gerais. Citou ainda um projeto na área de audiovisual e de cinema, abrigado, em parte, na cidade de Tiradentes. "Espero que a iniciativa tenha um reflexo na vida do município, do estado e do país, porque a idéia do campus de cultura é inédita, não existe nada assim no país", afirmou Heloísa Starling. Na sua opinião, a idéia combina tecnologia avançada com tradição, representada pela memória da cidade de Tiradentes, cuja história remonta ao século 18. "Provavelmente isso terá um impacto na cultura do estado e também na área de Turismo. Daí o apoio que estamos recebendo do Ministério do Turismo", disse. Captação Ela ressaltou que os parceiros prioritários são os governos estadual e federal. "O ministro Luís Dulci, com quem conversei, tem sido um grande interlocutor e nos ajudado a pensar a melhor estratégia de captação desses recursos para Tiradentes", completou. A definição das fontes de recursos é um dos itens importantes também para que a proposta possa ser levada à apreciação do Conselho Universitário. "Não quero apresentar um problema. Quero que o Conselho possa avaliar a importância desse projeto sabendo de onde virá o dinheiro", explicou Heloísa Starling. Marco A professora Elza Machado Melo, coordenadora da Residência em Saúde da Família na UFMG, afirma que a iniciativa é uma "via de mão dupla". "Trata-se de uma ação estruturante, pois permite que a Universidade esteja permanentemente presente no município". Ela destaca também o impacto positivo da Residência no projeto acadêmico da Faculdade de Medicina. "Ao valorizar a carreira do médico na atenção básica, com excelência e competência social, a Residência em Saúde da Família motiva nosso aluno. Este é um modelo de atendimento que valoriza o profissional, viabiliza o Sistema Único de Saúde e abre o mercado de trabalho para o médico generalista e socialmente comprometido", resume Elza Melo. Também presente à solenidade, a preceptora dos residentes, professora Ivana Araújo, lembrou que, com a implantação do projeto no município, o serviço na capital também se beneficiará, já que a equipe de saúde de Tiradentes passará a realizar pequenas cirurgias, como tumores de pele, tratamento de fimose, entre outros. "Cerca de 80% da demanda da atenção primária do município será resolvida aqui mesmo", prevê a professora Maria da Conceição Werneck, chefe do departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina.
Logo que sejam liberados os recursos para a recuperação dos prédios, a prioridade será a Casa de Padre Toledo e a instação do Centro de Cultura e de Pesquisa da Vida Imaterial de Minas Gerais. "Espero que até o final do primeiro semestre tenhamos bem definida a questão dos patrocínios, para podermos começar as obras de recuperação", disse a vice-reitora.
O prefeito Nílzio Barbosa afirmou que os projetos na área de saúde são de suma importância para o município, que tem sete mil habitantes, mas recebe até 40 mil pessoas em finais de semana e em eventos. Já o secretário de saúde do município, Josemar Lobosque Senna, afirmou que a implantação do serviço em Telessaúde é um marco para a cidade.