Em Minas Gerais, um projeto que envolve o setor privado, a UFMG, o governo estadual e prefeituras tem ganhado amplitude e recebido destaque nacional. É o Programa Banco de Dados Social, desenvolvido pela Geotch Ltda., empresa incubada na Inova-UFMG. O BD Social, atualmente adotado e gerenciado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes-MG), tem o objetivo de otimizar a gestão social dos municípios por meio das tecnologias da informação. O projeto atinge 50 mil pessoas e é adotado em 16 municípios mineiros, entre eles Montes Claros, Diamantina, Pirapora, Patos de Minas, Itabirito e Vespasiano. A previsão é de que em 2007 esse número aumente 50%. O BD Social envolve também a pesquisa e o trabalho conjunto de seis departamentos e unidades da UFMG: Estatística, Ciência da Computação (DCC), Educação (FaE), Medicina (Nescon), Arquitetura e Comunicação Social. BD Social O que o BD Social fez foi unificar os bancos de dados relacionados à saúde e à assistência social, em Montes Claros e nos outros municípios atendidos. Dados preciosos já eram coletados pelos Centros de Referência de Assistência Social de cada município e também pelos agentes de saúde do Programa Saúde da Família, pilar da política de saúde do Governo Federal. Agora, esses agentes e assistentes sociais alimentam o banco de dados do município em conjunto, após passar pela fase de treinamento. Essa rede de informações unificada torna o conhecimento dos problemas do município mais horizontalizado e, as iniciativas, mais facilmente direcionadas. A ferramenta desenvolvida pela Geotech para esse banco de dados agrega também informações do IBGE e de outros bancos de dados do Governo Federal. Possibilita, inclusive, que o usuário localize geograficamente microregiões, bairros e ruas, por meio de mapas e imagens de satélite. Um dos indicadores sociais adotados pelo BD Social é o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS), conceito desenvolvido pelo Nescon (Núcleo de Saúde Coletiva), da Faculdade de Medicina. O IVS avalia fatores como desemprego, renda familiar, nutrição da família, crianças fora da escola, ocorrência de doenças, alcoolismo, alfabetização, criminalidade, entre outros. A partir desse índice, é possível compreender melhor o conjunto de fatores que leva a fome, às doenças, e mapear as áreas com maior necessidade de atenção social. Em novembro de 2006, o Programa recebeu o Prêmio TI – Inovação em Governo Eletrônico e constará em um catálogo nacional de iniciativas do gênero. No início deste ano, foi um dos selecionados para receber financiamento pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do governo federal. Em 8 de fevereiro, representantes da Geotech e da Microsoft Brasil reuniram-se na Inova-UFMG para discutir possíveis parcerias dentro do BD Social. (Assessoria de Comunicação da Incubadora Inova UFMG)
O programa foi implantado inicialmente na Prefeitura de Montes Claros, a partir da identificação de um problema recorrente em todas as cidades mineiras e brasileiras: os bancos de dados que guardam informações sobre saúde e condições sociais da população não se intercruzam e não podem, por isso, ser analisados em conjunto. Essa deficiência no armazenamento e no tratamento da informação dificulta a definição de políticas públicas para as áreas de maior vulnerabilidade social, os setores mais empobrecidos da comunidade.