Dor, rubor, odor, calor, tumor e perda de função. Esses são os cinco sinais que costumamos relacionar às doenças inflamatórias. Mas como elas ocorrem? Quais os mediadores e mecanismos responsáveis? Buscando entender essas e outras questões, grupo de pesquisadores do Laboratório de Imunofarmacologia, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, desenvolve estudos para analisar como ocorre o processo inflamatório. Segundo o coordenador do laboratório, professor Mauro Martins Teixeira, a maior preocupação não é, necessariamente, com os sinais externos descritos anteriormente, mas com os fatores responsáveis pela expressão clínica da inflamação. “Estamos preocupados com a chegada dos leucócitos, ou seja, os glóbulos brancos, do sangue para o tecido. E, mais especificamente, com um grupo de mediadores envolvidos nessa migração”, explica. Processo “A questão é exatamente regular o processo, para que não seja excessivo e nem interfira na defesa do organismo. Queremos entender como ela ocorre, para que possamos controlá-la e permitir que continue tendo seu papel de defesa, mas não cause outros problemas”, explica o pesquisador. Resultados Entre os resultados obtidos está um fármaco desenvolvido pelo laboratório, que tem mostrado bons resultados em modelos experimentais de artrite. Os pesquisadores também conseguiram identificar um grupo de mediadores que, quando bloqueados, permitem que a infecção pelo vírus da dengue seja controlada. O laboratório conta com financiamento de diversas instituições, como Fapemig, CNPq, Finep, National Institutes of Health (NIH) e indústrias farmacêuticas internacionais. Os projetos são gerenciados pela Fundep. (Jornal da Fundep - n. 31)
A equipe do laboratório trabalha em modelos de diferentes doenças. A inflamação é um processo importante em várias patologias, como artrite, asma, infartos, acidente vascular cerebral e esquemia. Nelas, o processo está associado à causa da enfermidade, além de ser importante mecanismo de defesa do hospedeiro contra infecções, como nos casos de esquistossomose, doença de chagas e dengue. Isso significa que, por um lado, a inflamação é o problema e, por outro, é benéfica.
O grupo envolvido no laboratório trabalha em parceria com outras áreas da Universidade, como o departamento de Física do ICEx, no desenvolvimento de nanocompostos com atividade antiinflamatória. Além disso, procura elaborar kits diagnósticos de doenças infecciosas, como dengue e hepatite C, em colaboração com o departamento de Microbiologia do ICB.