Depois das boas-vindas e apresentações, os mais novos estudantes da UFMG assistiram à palestra sobre alternativas para o desenvolvimento econômico do Brasil, com participação dos professores Marco Aurélio Crocco, do departamento de economia da Faculdade de Ciências Econômicas (Face) e Juarez Guimarães, do departamento de Ciências Políticas da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich). Crocco explicou que crescimento e desenvolvimento econômico não são sinônimos e destacou a importância do papel do Estado na economia. O professor afirmou que para o Brasil se desenvolver de maneira sustentável é preciso que o governo mantenha controle sobre o capital que entra e sai do país, e se preocupe menos em combater a inflação e mais em gerar empregos. Para concluir, Crocco comparou a economia brasileira a um automóvel. "No governo FHC a economia era um Fiat Uno 1.0 (o modelo mais básico que existe) que andava a 80Km/h. O governo Lula colocou gasolina aditivada e alguns acessórios, e agora o carro anda a 120Km/h, mas continua sendo um Fiat Uno". Na segunda parte do debate, o professor Juarez Guimarães discutiu as perspectivas culturais e políticas das questões postas para o desenvolvimento econômico do país. Guimarães avaliou o Brasil como "uma encruzilhada de promessas de felicidade e cenas de barbárie", e destacou a importância da esperança coletiva para a concretização do desenvolvimento econômico sustentável. Concordando com Marco Aurélio Crocco, o professor do departamento de Ciências Políticas enfatizou a importância da soberania do Estado e da distribuição de renda, e lembrou que "o Brasil precisa seguir caminhos próprios para alcançar o desenvolvimento". Manifestação A vice-reitora Heloísa Starling aproveitou o fato para lembrar que "a Universidade é um espaço democrático, onde todos têm o direito de se manifestar, mesmo que não seja no momento apropriado". O reitor Ronaldo Pena explicou que o grupo não teve direito a fala, porque o evento já tinha programação pré-definida, com horário para início e fim.
Antes das palestras, logo após a fala da Diretora para Assuntos Estudantis, Samira Zaidan, um grupo de alunos participantes de entidades estudantis (diretórios e centros acadêmicos), promoveu breve manifestação, subindo ao palco do auditório, com faixas de protesto contra as taxas da Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump).