Ele caminhava apressadamente, em direção à Reitoria, quando este repórter o interrompeu. Afoito por conhecer tudo o que lhe é apresentado ao longo da Semana de Recepção aos Calouros, Fernando Marques dos Santos, 20 anos, novo estudante do curso de Ciências Biológicas da UFMG, parou um segundo para, a pedido do jornalista, "retornar ao passado". Afinal, como é que veio parar aqui, neste campus Pampulha? "Desde pequeno desejava ser biólogo, numa época em que meus colegas queriam se tornar bombeiros", contou. Osvaldo Afonso Nestes primeiros contatos com o campus Pampulha, Fernando e outras centenas de calouros puderam assistir, a partir das 12h, na Praça de Serviços, ao show do cantor e compositor Paulinho Pedra Azul, iniciativa do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade. "Através da cultura, procuramos transmitir ao calouro o 'universo' da UFMG. Aqui, há grande amplitude de pensamento, em diferentes esferas", comentou Leonardo Rodrigues Carvalho, coordenador-geral do DCE. Osvaldo Afonso Mostra das Profissões Osvaldo Afonso Osvaldo Afonso Companheiros Também aprovada na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Bruna Bezerra Lubambo optou pela UFMG. Além de gostar da Universidade, ela lembra que seus pais, moradores de Timóteo (MG), estão mais perto de BH que de Recife, onde também moram muitos de seus familiares. No processo de escolha do curso, aliás, a estudante precisou passar por cima de certa "desaprovação" de pai e mãe: "Havia o desejo de que eu fizesse medicina", conta, ao comentar, no entanto, que a vontade de compreender as transformações e manifestações sociais falou mais alto. Pode ser que esteja no próprio sobrenome o instinto que levou a estudante a ter coragem para enfrentar os pais. De origem africana, "Lubambo" quer dizer "encrenqueiro". "Meu tataravô era fazendeiro latifundiário. Os escravos, que não gostavam dele, passaram a chamá-lo de lubambo", relata, ao lembrar a informação que lhe foi transmitida pelo pai. Aqui na UFMG, o "encrenqueiro", ao contrário do entendimento pejorativo, pode ser compreendido - por que não? - como "crítico", "interessado", "observador" das relações sociais. Osvaldo Afonso
O calouro Fernando Marques
Hoje, oficialmente registrado como aluno de graduação da UFMG, o futuro biólogo Fernando Marques revela suas perspectivas profissionais: "Pretendo trabalhar com paleontologia e evolução". Ao longo da semana, o calouro tem aproveitado para conhecer os colegas de sala, descobrir o campus e saber mais da Universidade, através das palestras programadas para o evento.
Paulinho Pedra Azul cantou para os novos estudantes da UFMG
Larissa Volpini, caloura de Medicina
Caloura do curso de Medicina, Larissa Volpini Barreto, de 19 anos, escolheu seu caminho profissional ainda criança. Com vários médicos na família, a nova estudante da UFMG pretende seguir rumo à especialização em neurocirurgia. Para ela, passar na Universidade "foi um alívio": "É bom não depender dos pais para tudo", ressalta, ao lembrar que confirmou a vocação pela área da saúde durante a Mostra das Profissões 2006, evento anual da Instituição que busca revelar aos alunos do ensino médio as características de cada curso. No ano passado, cerca de 50 mil pessoas participaram da atividade no campus Pampulha.
Carolina: futura engenheira química
Amiga de Larissa, a futura engenheira química Carolina Fialho Prates, de 19 anos, também consolidou a vocação através da Mostra da Profissões, que visitou em 2005 e 2006. "Estava em dúvida entre Geologia e Engenharia Química. Como não me imagino em trabalhos de campo, optei pelo segundo curso", contou Carolina, que já se enxerga desenvolvendo pesquisas em um laboratório, na Universidade ou nas indústrias.
Lendo, tranqüilamente, em um banco da Praça de Serviços do campus Pampulha, o futuro jornalista José Henrique Soares Viana, que, aos 18 anos, acaba de entrar para o curso de Comunicação Social, aguardava sua caloura favorita. Trata-se, na verdade, de sua namorada, Bruna Bezerra Lubambo, nova estudante das Ciências Sociais. Companheiros de dupla jornada - vida e Universidade -, têm também gosto similar pela área de humanas. "Sempre pensei em ser jornalista", conta José Henrique, que pretende se dedicar, futuramente, aos veículos impressos.
Bruna e José Henrique: companheiros de Fafich