Até o final deste ano, serão defendidas as nove dissertações da primeira turma do Mestrado em Ciências Agrárias, no campus da UFMG em Montes Claros. Mais do que um marco para o curso e para a Universidade, tais pesquisas significam mudança na qualidade de vida de comunidades de agricultores residentes na Bacia do Alto Rio Pacuí, afluente direto do Rio São Francisco. Os próprios temas que deram origem às dissertações foram definidos com os agricultores, e é na zona rural que as pesquisas vêm sendo executadas. “Temos trabalhado para propor soluções e melhorar a vida dessas comunidades, utilizando as condições específicas e os recursos de que elas dispõem”, diz o professor Regynaldo Arruda Sampaio, membro do colegiado do curso. A expectativa é de que, até setembro, os estudos apontem resultados conclusivos sobre indicadores de sustentabilidade, manejo eficiente da irrigação de hortaliças, variedades de tomates tolerantes ao calor, cultivo orgânico de plantas medicinais e de hortaliças, fontes alternativas de alimentos para produção animal, agronegócio e manejo agro-extrativista do coquinho azedo – planta de grande importância econômica na região e que ainda é coletada de forma predatória. Segundo Regynaldo Sampaio, a Bacia do Alto Rio Pacuí é extremamente degradada, com sérios problemas econômicos e alto índice de êxodo social. Por isso, o apoio técnico e científico tem impacto altamente positivo para as comunidades locais, que sobrevivem da agricultura familiar. Com área de concentração em agroecologia, o Mestrado em Ciências Agrárias foi criado para pesquisar problemas específicos do semi-árido e desenvolver tecnologias para pequenos agricultores e extrativistas. As propriedades rurais que participam do projeto servirão de referência para a futura aplicação das tecnologias estudadas no Mestrado. Leia mais na edição 1568 do Boletim UFMG.