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"Quais são os seus sonhos?" Com essa pergunta, o professor da UFMG, Rochel Lago, se dirigiu à platéia de cerca de 200 estudantes e professores reunida, na manhã desta quinta-feira, 29, no auditório da reitoria para as atividades da Semana de Estudos da Química 2007. Promovido pelo Departamento de Química do ICEx, o evento foi aberto ontem com a conferência A química e suas identidades - tema da Semana -, feita por Carlos Alberto Lombardi Filgueiras, professor emérito da Universidade e docente na UFRJ. O questionamento de Rochel tinha um propósito: "Queria mostrar aos estudantes que há outras oportunidades em sua carreira profissional, abertas pela capacidade de sonhar - não fantasias inatingíveis, mas algo que possa ser realizado. Nem sempre esse é o caminho mais confortável, mas quando se deseja ser um empreendedor, é necessário sonhar". A exposição do professor, que também coordena a incubadora de empresas Inova - UFMG, teve como eixo o tema Outros caminhos possíveis para a Química: criando empresas de base tecnológica. Durante cerca de duas horas, ele falou sobre as características do curso de Química, do perfil e das expectativas dos alunos e alertou para a necessidade de a Instituição e os próprios estudantes se tornarem empreendedores devido à mudança de paradigma no conceito de emprego e de desenvolvimento socioeconômico. "Hoje há trabalho, mas não o antigo emprego, e as formas de capitalização se baseiam mais no conhecimento do que na produção de mercadorias", disse. Para Rochel, o tripé tecnologia, inovação e competitividade é a chave da sociedade contemporânea. Por esse motivo, a formação de químicos com sólida base técnica, visão global e responsabilidade social e ambiental é fator estratégico para desencadear inovações na sociedade. Responsável por diversas pesquisas na área de tecnologia ambiental, o professor do Departamento de Química já possui duas patentes. "Meu sonho é transformar a UFMG numa Universidade empreendedora, formar químicos que fossem empregados empreendedores ou que criassem empresas de base tecnológica capazes de mudar o perfil da economia; enfim, que fossem uma geração responsável em produzir impactos positivos na sociedade", sintetizou. De acordo com Rochel, a atitude pró-ativa na área é necessária uma vez que a formação do químico é considerada "dura". "O curso exige muito do aluno e ele acaba se fechando dentro dos laboratórios e se isolando do mundo", reflete. Mercado "Pensei: por Deus, não conheço nem a primeira! Dei-me mal, claro". Apesar de ter adquirido competência em sua especialidade, Taveira ainda não estava "pronto" para o mercado. Com o passar do tempo, ele lançou mão desses conhecimentos para se profissionalizar, aproveitando oportunidades na área de gestão ambiental. "A investigação científica é base em processos de tomada de decisões na área ambiental, em especial no trabalho de elaboração de pareceres e emissão de licenciamentos de empreendimentos", exemplicou. Após repassar ao público parte de sua experiência na área, Paulo ressaltou a qualidade do curso de Química da UFMG, mas alertou para a importância de haver um núcleo de empreendedorismo nela. A exposição de Taveira abordou a questão Meio Ambiente: uma aprendizagem multidisciplinar sob a ótica da prestação de serviços profissionais. A Semana de Estudos da Química se encerra às 18h30 dessa sexta-feira, dia 30, com show de talentos na sede da Assufemg. Conheça a programação de hoje e amanhã: 29 de março 10h30 - 12h – Paulo Tarso A. P. Taveira (AAS Engenharia Ambiental) 14h - 15h30 – Cristiana Parreira (Companhia Vale do Rio Doce) 16h - 17h30 – Vânya M. D. Pasa (DQ-ICEx-UFMG) 19h - 21h - Mesa Redonda 1: 30 de março 10h30 - 12h – Eduardo F. Mortimer (FAE-UFMG) 14h - 15h30 – Wagner Pedersolli (CRQ – MG) 16h - 18h - Mesa Redonda 2: Participantes: Amélia M.G. Do Val (UFMG), José D. Fabris (UFMG), Mauro Mendes Braga (UFMG), Ruben D.S. Millan (UFMG) 18h30 – Encerramento:
A afirmação do professor foi confirmada pelo segundo expositor da manhã, o químico Paulo Tarso Taveira, da AAS Engenharia Ambiental. Formado pela UFMG, em 1996, ele relembrou que se assustou com o questionamento sobre o que era a ISO 9000, feita por seu interlocutor durante entrevista para emprego, tão logo deixou a Universidade.
8h30 - 10h – Rochel M. Lago (DQ-ICEx-UFMG)
Outros caminhos possíveis para a Química: criando empresas de base tecnológica
Meio Ambiente: uma aprendizagem multidisciplinar
Mineração e o mercado de trabalho para o químico
Biodiesel: produção e desafios
Livros didáticos: importância e possibilidades
Participantes: Andréa H. Machado (Coltec-UFMG); Eduardo F. Mortimer (UFMG),
Gerson S. Mol (UnB), Haroldo L. C. Barros (Coltec-UFMG), Maria Emília C. C. Lima (UFMG), Wildson L. P. dos Santos (UnB)
8h30 - 10h – Wildson L. P. dos Santos (UnB)
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Curso de graduação e pós-graduação em Química
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