A Associação dos Servidores da Universidade Federal de Minas Gerais (Assufemg) comemorou seus 34 anos de fundação em grande estilo. Nesta quinta-feira, dia 19, foi inaugurado mural na entrada do prédio da Associação, de autoria do artista plástico Jarbas Juarez, professor da Escola de Belas-Artes da UFMG. Dividido em cinco módulos com dimensões de 1,5 metros quadrados cada, o painel faz alusão aos serviços prestados pela Assufemg nas áreas de assistência médica, esportes, cultura e ao cotidiano de seus associados, retratado, principalmente, em reuniões de trabalhadores e nas confraternizações do Pelego´s, tradicional ponto de encontro dos servidores da UFMG. “Fiz quase que uma história em quadrinhos”, explica Jarbas Juarez, ao resumir o resultado de sua obra, caracterizada por ele como “simples, de fácil compreensão e sem qualquer traço abstrato”. O trabalho do professor Juarez substitui afresco de outro grande artista, o pintor Inimá de Paula, destruído há alguns anos a golpes de marreta. Ao concluir a reforma do prédio da Assufemg, a diretoria da entidade decidiu que era necessário voltar a ocupar o espaço com outra obra artística. “Procuramos a reitora Ana Lúcia Gazzola (gestão 2002-2006), que indicou o professor Fabrício Fernandino. Este, por sua vez, apresentou o professor Jarbas Juarez, que foi convidado para fazer o mural”, explica Márcio Flávio dos Reis, presidente da associação. Para dar forma ao mural, Jarbas Juarez contou com a ajuda de outros profissionais: um engenheiro, um pedreiro, um carpinteiro, além do diretor de Esportes e Lazer da Assufemg, João Dimas Quirino. Outras obras Nascido em Coqueiral, no Sul de Minas, Jarbas Juarez freqüentou a Escola Guignard de 1957 e 1960 e teve como mestres o próprio Guignard e os artistas Maria Helena Andrés e Vicente Abreu. A historiadora da arte Marília Andrés Ribeiro aponta Juarez como um artista emblemático da modernidade artística de Belo Horizonte. “Ele estabeleceu a ligação entre a geração Guignard nos anos 50 e a nova geração de artistas que emergiu em Belo Horizonte nos anos 60”, escreveu a professora em artigo publicado nos anais do IV Congesso Brasileiro de História da Arte, realizado em Porto Alegre em 1991. No trabalho, a historiadora explica que Juarez “viveu intensamente o momento de transição entre o modernismo da Escola Guignard e as propostas experimentais da neovanguarda, momento de mudança nas concepções artísticas, políticas e comportamentais do homem contemporâneo”.
Com 50 anos de carreira, Jarbas Juarez tem outras obras espalhadas pela Universidade, como painéis no Centro de Memória da Faculdade de Medicina e na Faculdade de Direito, uma escultura em bronze na Escola de Belas-Artes, além da famosa escultura Boi, feita em sucata, instalada na Escola de Veterinária e que acaba de ser restaurada como parte das comemorações dos 75 anos de Fundação da Unidade.