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Estudantes da UFMG voltaram a se reunir nesta segunda-feira, dia 23, com representantes da Reitoria da UFMG para discutir o funcionamento do restaurante Setorial II, mais conhecido como bandejão. Desta vez, os alunos foram recebidos pelo reitor Ronaldo Pena, que, ao lado da vice-reitora Heloísa Starling, ouviu as reivindicações de 19 representantes do corpo discente da Universidade. "A postura preferencial dessa gestão é a da conversa, do diálogo", comentou o reitor, ao realizar retrospectiva recente de fatos que revelam como a troca de idéias pode culminar com decisões interessantes para a toda a comunidade universitária. Entre eles, estão o debate em torno da realização de festas no campus e a municipalização da creche universitária. "Hoje, professores, servidores e alunos podem usufruir deste serviço de grande qualidade", ressaltou. Em relação aos atuais acontecimentos, Ronaldo Pena disse que a abertura do Setorial II está condicionada à garantia, por parte dos estudantes, de que não haverá mais ocupação do restaurante. "Não vamos aceitar invasão de um espaço que, como patrimônio público, pertence ao povo brasileiro. Não passamos por cima de deliberações", disse, ao lembrar que está inteiramente disposto ao diálogo. "Podemos discutir tudo o que disser respeito à assistência estudantil", completou. Reivindicações A vice-reitora Heloisa Starling afirmou que a Reitoria pretende promover ampla discussão sobre o formato da assistência estudantil da UFMG. Ela lembrou que a Fundação Universitária Mendes Pimentel (FUMP), que tem função meramente executiva, vive um momento de transição. "Quem pensa o modelo de assistência da UFMG é o Conselho Universitário e o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão", ressaltou. Com relação às reivindicações, discutidas uma a uma, ela ressaltou que a ampliação física do Setorial II está vinculada, por exemplo, à saída da incubadora Inova, que hoje ocupa dependências no Salão Ocre. "Para isso, podemos reunir os estudantes, mostrar a planta física do restaurante e discutir as mudanças", afirmou, lembrando que questões de curto, médio e longo prazo podem ser discutidas permanentemente. No caso da criação da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, a vice-reitora lembrou que se trata de uma discussão ampla, que deve ser travada nas diversas instâncias de deliberação da UFMG. "Precisamos realizar um debate sério e profundo sobre a assistência. Daí sairá uma política ampla", comentou. Diretora de Assuntos Estudantis da UFMG, a professora Samira Zaidan fez uma retrospectiva das propostas da Reitoria e pediu aos estudantes que, na assembléia, cheguem a um posicionamento: "É preciso que vocês, estudantes, criem condições de deliberação, para que as negociações caminhem", completou. Após nova assembléia, os estudantes devem realizar, ainda hoje, novo encontro com representantes da Reitoria. Assembléias Na última sexta, 17 estudantes do Movimento realizaram a primeira reunirão com a vice-reitora Heloisa Starling, com a diretora para Assuntos Estudantis, Samira Zaidan, e com a coordenadora de Assuntos Comunitários, Maria Célia Nogueira, para discutir a crise do Restaurante Setorial II. Paralelamente ao encontro no bandejão, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFMG organizou outra assembléia, às 11h30, na Praça de Serviços, para discutir a crise e eleger comissão de estudantes que possa dialogar com a Reitoria. Na parte da manhã, os representantes do DCE circularam pelo campus Pampulha com carro de som e entregaram panfletos nas unidades, convocando os alunos. Durante a assembléia, o Diretório distribuiu cachorro-quente de graça aos presentes. Apesar de lutar pelas mesmas reinvidicações, o Movimento pelo Bandejão e o DCE não estão atuando unidos. "Discordamos da metodologia usada pelos manifestantes do Movimento para reinvindicar, como o pula-catraca, mas também não estamos satisfeitos com a situação do bandejão", informou Leonardo Rodrigues, coordenador do DCE. Para os membros do movimento, apontados como responsáveis pela invasão do restaurante, a decisão foi de todos os estudantes que participaram das assembléias promovidas desde o dia 17 de abril. Ainda sobre o fechamento dos restaurantes universitários do campus Pampulha, assita edição do Circuito UFMG.
Na pauta de reivindicações dos estudantes, além da abertura imediata do Setorial II, estão a ampliação do espaço físico do restaurante, a redução dos preços das refeições e a gratuidade da comida para alunos carentes. Além disso, os representantes do corpo discente pedem a criação de uma Pró-Reitoria de Assistência Estudantil, melhores condições de trabalho para os funcionários e a revogação da portaria 027, que exige que os Diretórios Acadêmicos arquem com os prejuízos financeiros - calculados até agora em R$ 11 mil - causados pelo movimento.
O Movimento pelo Bandejão, que une estudantes, diretórios acadêmicos e outros grupos da comunidade universitária promoveu hoje, às 11 horas, em frente ao restaurante Setorial II, sua primeira assembléia do dia. Durante a reunião, os cerca de 200 estudantes presentes decidiram seguir para a Reitoria da UFMG e ocupar a entrada do prédio, até que fosse definida a reabertura do estabelecimento.