Foca Lisboa (31-08-2006) |
A regionalização da política industrial foi um dos temas do 2º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria. Os professores Clélio Campolina, Marco Crocco e Fabiana Borges, da UFMG, destacaram a importância da regionalização da política industrial, durante sua participação no evento nessa quarta-feira, dia 25. Segundo eles, a regionalização deve ser entendida em três dimensões: macroeconômica, microeconômica e territorial. Do ponto de vista macroeconômico, a maior contribuição é a criação de um mercado de massas, compatível com a inserção internacional. “Essa seria a longo prazo a base de sustentação da competitividade no país”, disse Crocco. Para ele, dessa forma seria possível aproveitar as potencialidades decorrentes da diversidade. “Essa diversidade possui múltiplas dimensões”, avaliou. “São recursos humanos e culturais que devem ser entendidas como a base para a abertura de novas janelas de oportunidade”, explicou. No que tange a dimensão territorial, a regionalização da política industrial pode contribuir para o reordenamento do território, por meio da construção de novas centralidades com base na produção, consumo e suporte produtivo. Isso vai ao mesmo tempo reduzir a concentração nas metrópoles e auxiliar no combate às disparidades regionais, abrindo novas oportunidades. Entre as vantagens da dimensão microeconômica estão a incorporação e consolidação de novos mercados consumidores, o crescimento das empresas aproveitando potencialidades regionais, a redução dos custos de transação e produção e o estímulo à capacitação regional. Traçado o diagnóstico, os palestrantes mostraram os desafios da regionalização que passa, sobretudo, pela integração entre as instâncias e políticas públicas. Ao final, os palestrantes fizeram propostas para a implantação de uma política industrial regionalizada e efetiva. Em primeiro lugar, está uma nova regionalização do país. Depois vem a equiparação das políticas industriais, tecnológicas e regionais, a readequação do sistema de incentivos fiscais, a revisão do sistema tributário e o controle da guerra fiscal e a criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional e sua articulação com a política industrial. O 2º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria foi encerrado ontem, em São Paulo. Com a participação de cerca de 700 especialistas, o evento produziu o documento Inovar para crescer, contendo propostas sobre mecanismos de estímulo à inovação no Brasil. (Assessoria da CNI)