Em assembléia realizada na manhã desta quinta-feira, 17 de maio, nas escadas próximas à Reitoria, cerca de 350 servidores técnicos e administrativos da UFMG decidiram por entrar hoje em estado de greve. Já o indicativo de início oficial do movimento foi mantido para o dia 28 de maio. Convocados pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino Superior (Sindifes) de Belo Horizonte, os funcionários também elegeram comissão de mobilização, que ficará encarregada de pensar os próximos passos da reivindicação. Nesta sexta-feira, a comissão se reúne, no Sindifes, para dar prosseguimento às demandas discutidas durante a assembléia. As reivindicações têm, como eixos emergenciais, a resolução do Vencimento Básico Complementar (VDC) e da tabela salarial dos servidores técnicos e administrativos. Além disso, os funcionários pleiteiam a alocação de recursos no Plano de Assistência à Saúde Complementar e pisos de três salários mínimos para a classe A e de 10 para os profissionais com nível superior (Classe E). Segundo Balbino Cosme de Siqueira Neto, coordenador de Assuntos Jurídicos do Sindifes, os servidores reivindicam, ainda, step de 5%, ao invés dos atuais 3,6%. Trata-se da diferença salarial entre um nível funcional e outro. TCU Pautas nacionais O movimento nacional reivindica, ainda, data-base no dia 1º de maio, fim da terceirização e dos contratos temporários, realização de concursos públicos, direito à negociação coletiva e paridade entre aposentados e pensionistas. "Também somos contra o ataque aos hospitais universitários. Há uma proposta de transformá-los em fundações estatais", completa Cosme, ao ressaltar que os servidores defendem que os hospitais também recebam recursos dos ministérios da Saúde e Ciência e Tecnologia. Nova assembléia
Outro tema debatido na assembléia desta quinta-feira foi a alteração nos vencimentos de 1.122 servidores técnicos e administrativos – ativos e inativos – e pensionistas, de acordo com determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). Para discutir a questão, os funcionários está marcado um seminário para o dia 23 de maio. "Chamamos todos os funcionários, professores e estudantes da UFMG a discutir a questão. Também convidaremos alguém da Reitoria para conversar sobre o problema", explica Balbino Cosme Neto.
Na pauta geral dos diversos segmentos federais, está a proposta de discussão do Projeto de Lei Complementar PLP 01/2007, do governo federal, que, segundo Cosme, "limita o reajuste dos servidores". Também são lemas do funcionalismo a luta pela isonomia salarial, a defesa do vencimento-base com incorporação de gratificações, recomposição salarial de 1995 a 2006 e correção das distorsões existentes na carreira, com definição de piso para todos os serviços públicos.
Os servidores técnicos e administrativos da UFMG voltam a se reunir, no dia 28 de maio, para uma série de encaminhamentos. Entre os assuntos em pauta, está a questão a perda de hora-extra incorporada por cerca de 1500 funcionários da ativa e aposentados.