A Faculdade de Medicina da UFMG abrigou na tarde desta quinta-feira, dia 17, uma atividade do Encontro Estadual do Setor de Saúde do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST). A reunião, promovida pelo Departamento de Medicina Preventiva e Social e pelo próprio MST, trouxe à UFMG o técnico Fernando Carneiro, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que abordou detalhes sobre a situação dos trabalhadores rurais de Unaí, no Noroeste de Minas. Carneiro é biólogo e sua tese de doutorado, defendida em março na Escola de Veterinária da UFMG, discorre sobre o impacto das políticas oficiais e do trabalho do MST sobre a saúde das famílias de bóias-frias que atuam no município, localizado a cerca de 600 quilômetros de Belo Horizonte. Em sua exposição, ele fez um histórico dos movimentos pela saúde no campo, demarcando as conquistas dos grupos sociais envolvidos na questão. Ele também elogiou a participação da UFMG no evento. “A Universidade está cumprindo sua função de dialogar com os movimentos sociais”, afirma Carneiro. Movimento sanitário Outra participante da reunião, a professora Eliane Novato Silva, do ICB, falou sobre as ações do Grupo de Estudos sobre Saúde e Trabalho Rural (Gestru), parceria do ICB com a Faculdade de Medicina e a Secretaria Estadual da Saúde. Criado há 10 anos, o grupo constitui-se em espaço de discussão, pesquisa, formação de recursos humanos e planejamento de estratégias relativas à saúde do trabalhador rural.
Os líderes do MST presentes à reunião enfatizaram a importância que o Movimento confere à saúde dos trabalhadores. “Hoje somos capazes de entender que o conceito de saúde é muito maior, e que a luta pela reforma agrária passa pela questão sanitária”, afirmou Paulo Ueti, integrante do coletivo nacional de saúde do Movimento.