A doença falciforme, relevante problema de saúde pública no Brasil, será alvo de amplo debate, entre os dias 6 e 9 de junho, em Belo Horizonte, durante o Encontro Mineiro e Fórum Nacional de Políticas Integradas de Atenção às Pessoas com Doença Falciforme. O evento, que irá reunir profissionais de diferentes áreas e gestores públicos de todo o País, é uma iniciativa do Núcleo de Pesquisa e Ações em Apoio Diagnóstico (Nupad), órgão complementar da Faculdade de Medicina da UFMG, em parceria com a Fundação Hemominas e o Centro de Educação e Apoio para Hemoglobinopatias (Cehmob-MG).
O ponto alto do evento, patrocinado pelo Ministério da Saúde, será a discussão em torno da inserção desses pacientes na sociedade, como o direito à educação, ao trabalho, à geração de renda e à previdência social. Além da organização do serviço prestado às pessoas com doença falciforme, o objetivo é reduzir os danos causados pelas desigualdades étnicas, regionais e sociais.
O Encontro promoverá, pela primeira vez no Brasil, o debate em torno de múltiplos aspectos da doença. "Trata-se de um marco histórico. Nunca o assunto foi discutido com esse perfil. Houve investidas dos usuários, que pleiteavam questões pontuais", disse a coordenadora da Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme do Ministério da Saúde, Joice Aragão de Jesus.
De acordo com a médica pediatra e sanitarista, a atenção integral "implica em olhar essa pessoa dentro da sociedade, não só na assistência médica". Por isso, ela acredita que o evento será essencial para a implementação de políticas públicas. "O Fórum, em Minas Gerais, é fundamental para que trabalhemos a atenção integral às pessoas com doença falciforme".
A doença
De origem africana, a doença falciforme acomete, em sua maioria, negros e pardos, mas não quer dizer que brancos não possam herdá-la, principalmente no Brasil, onda a miscigenação é muito grande. A questão social desses pacientes é um problema no País. "O agravante são as pessoas com risco social, que moram nas comunidades mais pobres, com menos recursos de saneamento e qualidade de vida", ressaltou a coordenadora.
Aprovado e financiado pelo Ministério da Saúde, o Cehmob-MG foi o primeiro projeto criado no Brasil que se volta para a atenção às pessoas com doença falciforme, e desenvolve ações, como capacitação de profissionais de saúde, tendo se tornado modelo para outras regiões do País.
O Encontro se destina a profissionais de saúde e gestores das esferas municipal, estadual e federal, em diferença áreas, como educação, trabalho, desenvolvimento social e previdência social.
Informações pelo endereço eletrônico www.cehmob.org.br/encontro ou nos telefones (31) 3273-9608 (ramais 215 / 217 / 233).