Acervo Projeto República |
A partir da próxima segunda-feira, 4, a Faculdade de Medicina da UFMG recebe a exposição Memória do Movimento Estudantil - 30 anos do III ENE, como parte das comemorações dos 80 anos da Universidade. A abertura acontece às 19h, na avenida Alfredo Balena, 190, campus Saúde. O evento é uma iniciativa dos estudantes que, em 1977, tentaram realizar o 3º Encontro Nacional dos Estudantes (ENE), na Faculdade de Medicina, mas foram impedidos por uma invasão da polícia à escola, na qual foram presos cerca de 400 alunos. A iniciativa tem apoio do Projeto República, do departamento de História da Fafich, e da Diretoria de Assuntos Estudantis (DAE). A programação inlcui, ainda, confraternização de ex-alunos participantes do movimento, no Diretório Acadêmico Alfredo Balena. Memória "A tentativa de realização do III ENE foi duramente reprimida pelo governo militar, os mais de 400 participantes de vários Estados da Federação foram presos e duramente processados nos termos da Lei de Segurança Nacional", disse a diretoria de Assuntos Estudantis e uma das participantes do movimento, Samira Zaidan. A partir de então, a memória do movimento estudantil na UFMG é linha de pesquisa do Projeto República. Há seis meses, no entanto, estudo específico sobre a tentativa de realização do 3º ENE vem sendo desenvolvida em parceria com a DAE. Redemocratização Segundo Starling, que também coordena o Projeto República, "aliado a outras entidades e setores da sociedade, o movimento estudantil muito contribuiu para a resistência que gerou movimentos pela anistia, pela liberdade de expressão e pelas liberdades democráticas, que acabaram levando à redemocratização do país." Programação O Projeto República, que desenvolve pesquisa sobre o movimento estudantil reunindo acervo de memória, também está criando um site para disponibilização do acervo à consulta pública. Doações de materiais sobre movimento estudantil podem ser feitas através do telefone 3409-5513, com Wilkie.
Jânio Bragança, que à época era presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), explica que a intenção é relembrar acontecimentos para não repetir os erros do passado. "Há fatos na história que acreditamos que nunca se repetirão, mas basta olhar para a situação atual da Universidade de São Paulo, onde há iminência de invasão policial para repressão de movimento estudantil, e perceber que a democracia está sob constante ameaça".
Para a vice-reitora Heloísa Starling, "mesmo não tendo acontecido, o III ENE constituiu-se em importante movimento de contestação à ditadura militar e abriu espaço para o renascimento político e estudantil nas Universidades e seu retorno às ruas das principais cidades brasileiras".
A programação da exposição Memória do Movimento Estudantil - 30 anos do III ENE nesta segunda feira, às 19h, a abertura, no saguão da Faculdae de Medicina, de exposição de fotos e textos organizada pelo Projeto República da UFMG. A partir de 20h, acontece a festa de confraternização, no Diretório Acadêmico, ao lado do prédio da Faculdade de Medicina.