Universidade Federal de Minas Gerais

Marcus Vinícius/ACS Medicina
FOTO ENE3-Marcus Vinicius.JPG
Abertura da mostra reuniu estudantes que promoveram o encontro

Exposição sobre III ENE reúne líderanças estudantis dos anos 1970

terça-feira, 5 de junho de 2007, às 15h20

Como parte das comemorações dos 80 anos da UFMG, foi aberta ontem, 4 de junho, no saguão da Faculdade de Medicina, a exposição Memória do Movimento Estudantil - 30 anos do III ENE, organizada pelo Projeto República e pela Diretoria Para Assuntos Estudantis (DAE) da Universidade.

A mostra é composta de fotografias e reproduções de jornais da época, que estão montadas em painéis e expostas no local onde aconteceu aquele episódio histórico. São 38 peças, entre fotos, recortes de jornais e outros documentos.

Na abertura estiveram presentes cerca de 150 líderes estudantis, de várias épocas da história do movimento em Belo Horizonte, além de familiares de estudantes, autoridades acadêmicas e demais membros da comunidade universitária.

Segundo a vice-reitora da UFMG, professora Heloísa Starling, coordenadora geral do Projeto República, "A UFMG é uma das poucas universidades do Brasil que desenvolve um trabalho contínuo de preservação e divulgação da história de seus estudantes". Ela cita o monumento aos estudantes mortos pela ditadura, no campus Pampulha, e a exposição Liberdade-Essa Palavra, realizada em setembro de 2004.

Para Starling, o grande desafio que se coloca nesse resgate é, a partir da recuperação da memória do movimento estudantil, organizar esse conhecimento de forma a permitir uma reflexão sobre o passado e o futuro e promover a elevação do sentimento de cidadania.

Repressão
A exposição, que continua no saguão da Unidade até o próximo domingo, 10, mostra a tentativa de realizar a terceira versão do Encontro Nacional dos Estudantes, no dia 4 de junho de 1977, no Diretório Acadêmico Alfredo Balena Medicina (DAAB) da Faculdade de Medicina, durante o governo do general Ernesto Geisel. À época, o objetivo dos participantes era reconstruir a União Nacional dos Estudantes (UNE), que havia sido posta na clandestinidade em 1964 e deixado de funcionar em 1971.

Naquele dia, a Polícia Militar cercou Belo Horizonte e prendeu, ainda nos ônibus que chegavam à cidade, todos os estudantes que se dirigiam ao encontro. Além disso, os policiais, que agiram com violência, cercaram o campus Saúde e o Diretório Acadêmico, prendendo cerca de 400 estudantes presentes.

"O fato de o encontro não haver acontecido não pode ser lembrado, em hipótese alguma, como fracasso, mas como bravura", observa Wilkie Buzzati Antunes, coordenador da Linha de Pesquisa Memória do Movimento Estudantil da UFMG, do Projeto República, e um dos organizadores da exposição. Ele destaca que tentar fazer e encontro, naquele contexto, já foi muito importante.

Foi de fato um marco. O ato repressivo em cima do III ENE, em Belo Horizonte, acabou por incentivar a indignação de outros setores da sociedade e da própria Universidade, o que acabou catalizando a resistência contra o regime militar.

Conquistas
Contudo, na análise da historiadora Lígia Beatriz de Paula Germano, coordenadora da linha Acervos do Projeto República, o grande resultado do evento "foi a reconstituição da UNE, em 1979". Observando que o movimento histórico não é linear, ela conta que o cenário da época era de revolta e que vários setores já se movimentavam no sentido de recuperar as liberdades democráticas.

"Por isso, a tentativa de realizar o III ENE aqui foi fortemente reprimida. O retorno da UNE, que significava a volta de uma coordenação de mobilização nacional, aos olhos do regime militar não poderia acontecer", resume Lígia Germano.

Na opinião de José Afonso Assis Cabral, ex-presidente do DA Medicina e organizador do encontro de 1977, ao lado de Eduardo Albuquerque, presidente na gestão que começou em junho do mesmo ano, a repressão ao III ENE foi marcante não apenas na trajetória dos estudantes, como também de professores e funcionários.

"A reformulação do ensino médico mais voltado para questões sociais, por exemplo, se deve muito à movimentação que vinha ocorrendo naquela época. O Brasil hoje mudou muito. Mas mudou demais. Apesar de haver muito o que fazer", observa José Afonso, destacando a existência de liberdades democráticas impensáveis em 1977. "Nós mudamos o Brasil!", comemora. Cabral informa que atualmente tentam junto às autoridades a recuperação dos arquivos do Diretório Acadêmico confiscados pela Polícia Militar.

Confraternização
Após a abertura da exposição os participantes se confraternizaram no Diretório Acadêmico, ao som de músicas Geraldo Vandré - compositor de canções de protesto que marcaram aquela época - e da apresentação dos grupos Mambembe e O Grande Ah!, das décadas de 1970 e 1980. Os participantes entoaram ainda palavras de ordem da época, e inauguraram placa comemorativa, na entrada do DAAB. Leia mais (Com Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina)

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