Criação de novos cursos de graduação que atendam às demandas sociais emergentes, preferencialmente no período noturno. O principal ponto da proposta de expansão da graduação na UFMG foi apresentado nesta segunda-feira, pelo reitor Ronaldo Pena, durante o seminário Expansão do ensino superior, promovido pelo Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Belo Horizonte e Montes Claros (Apubh). Segundo o reitor, a proposta apresentada hoje seria apenas um documento de referência para estimular o debate na comunidade acadêmica. "O projeto ainda precisa ser avaliado, criticado e, se necessário, reformulado pela comunidade acadêmica e pelos conselhos deliberativos da Universidade", comentou. A proposta elaborada pela reitoria inclui outras medidas e foi desenvolvida de acordo com o projeto do Governo Federal para expansão do ensino superior, que prevê aumento de 20% no orçamento global das Instituições Federais de Ensino (Ifes) que apresentarem projeto de expansão ao Ministério da Educação (MEC), até novembro de 2007. Situação da UFMG Na UFMG, o índice atual é 9,5 alunos por docente e 85% de diplomação. Com a implantação do novo projeto, o número de professores aumentaria de 2.400 para 2.700 e o de alunos, de 43 mil para 48.600. A idéia é criar cursos novos, no período noturno, que utilizariam infra-estrutura já disponível nos campi. As novas graduações seriam lideradas por equipes de docentes, que se encarregarão de coordenar bolsistas de pós-graduação. "Um curso que oferecesse 120 vagas no vestibular e tivesse carga horária total de 2.400 horas, exigiria cerca de 28 professores. No novo contexto, contrataríamos seis novos docentes e o quadro seria completado com 30 bolsistas da pós-graduação. Além disso, os cursos receberiam R$100 mil por ano para investimentos", exemplificou Ronaldo Pena. Segundo o reitor, a proposta resolveria também um problema dos cursos de pós-graduação. "Temos atualmente, na UFMG, 6 mil alunos de mestrado e doutorado. Destes, apenas 1.800 recebem bolsa", comentou. No fim da palestra, Pena ressaltou a importância de se discutir a proposta apresentada na comunidade acadêmica. "Podemos ainda fazer modificações neste projeto. Antes de levar a proposta para o Cepe e o Conselho Universitário, vamos considerar a opinião do APUBH", concluiu.
As propostas enviadas ao MEC devem ser elaboradas de acordo com a realidade de cada instituição. As Ifes que aderirem ao programa devem atingir, no período de 10 anos, a proporção de 18 alunos de graduação por docente e 90% de diplomação. É desejável, ainda, proposta de inclusão social, mobilidade estudantil e flexibilidade curricular.