Professor e aluna. Mestre e aprendiz, unidos e separados por uma lição, numa relação aparentemente corriqueira. Enquanto uma governanta cuida da casa, o professor leciona aritmética à aluna que se esforça para aprender. Aos poucos, a situação se torna insustentável e segue por rumos inusitados, que revelam reações incompreensíveis. A história é o enredo da peça A lição, trabalho de conclusão de curso da graduação em Teatro, da Escola de Belas Artes (EBA). Produção e direção foram divididas pelos próprios atores: Daniela Bastos, Danilo Filho e Juscélia Almeida, alunos do sétimo período de artes cênicas. Por seis meses, os estudantes se envolveram em uma pesquisa teórica acerca de elementos teatrais próprios da encenação. No semestre seguinte, a pesquisa foi colocada em prática, no desenvolvimento de um espetáculo. “A disciplina oferece independência ao aluno, pois somos nós que produzimos e organizamos a prática de montagem”, comenta Danilo Filho. Processo de criação O aluno explica que, em meio a esses questionamentos, surgiu a sensação de inexperiência e desamparo. “Éramos atores formandos que não se sentiam atores formados”, explica o aluno do sétimo período. “Ao ler o texto de Eugène Ionesco, encontramos nossas angústias traduzidas em frases”, completa. Durante a montagem, uma pergunta nunca calava: aprendemos a lição? Perguntaram-se os atores. Para diminuir o desamparo, outras pessoas foram agregadas à equipe: a assistente de criação Adrilene Muradas, o cenógrafo Cícero Miranda, a figurinista Virgínia Neves e os iluminadores Cristiano Diniz e Lino Lopes. “No fim, nos encontramos felizes com o resultado”, conclui o estudante. A lição será apresentada gratuitamente nos próximos dias 8, 9 e 10, às 20h, no Centro de Cultura de Belo Horizonte (rua da Bahia, 1149). A lotação máxima é de 39 espectadores por apresentação, por isso é necessário deixar nome na portaria do prédio do curso de graduação em Teatro da EBA. Ficha técnica
"Passamos o semestre tentando começar algo que fosse realmente nosso, que falasse do que queríamos. Mas, o que queríamos?”, lembra Danilo Filho.
Texto: Eugène Ionesco
Atuação e produção: Daniela Bastos, Danilo Filho e Juscélia Almeida
Direção: Criação Coletiva
Assistência de criação: Adrilene Muradas
Cenário: Cícero Miranda e atores
Figurinos: Virgínia Neves e atores
Iluminação: Cristiano Diniz e Lino Lopes