Por Luiz Gonzaga de Oliveira "O Galpão nasceu sob o signo das pernas-de-pau, percorrendo as ladeiras de Diamantina. Também o seu barroco de traços delicadamente femininos, a alegria e hospitalidade de sua gente marcaram, indelevelmente, o nosso modo de fazer teatro. Um teatro que, especialmente, na sua origem, invadia as ruas com um despudorado sentido de alegria, atrevimento e liberdade. Como a gente e a geografia dessa jóia escondida nos confins das Gerais, chamada Diamantina". Assim, Eduardo Moreira, um dos fundadores do Galpão, define o "nascer" do grupo de teatro. Era um Festival de Inverno da UFMG. O ano, 1982. A cidade, Diamantina. Passados 25 anos, o Galpão já mostrou seu trabalho em 18 países, para um público de mais de 900 mil pessoas. Só participações no Festival da UFMG, já foram mais de dez, entre elas Belo Horizonte, Poços de Caldas, São João Del Rei e Ouro Preto. Guto Muniz Este ano, a volta a Diamantina será celebrada com a apresentação de um dos últimos espetáculos do grupo, Um homem é um homem. A peça, uma adaptação do texto de Bertold Brecht, conta a história de Galy Gay, pacato carregador que se vê transformado, de uma hora para outra, em soldado impiedoso. A obra discute os perigos e o poder da manipulação. A adaptação do Galpão atualiza o tema, conferindo ao pano de fundo do enredo, uma guerra de um exército ocidental em um país longínquo do oriente, os contornos da atual ocupação do Iraque. O espetáculo será apresentado às 21 horas, na Praça Dr. Prado, Centro de Diamantina.
Cena de Um homem é um homem, destaque do Festival