A Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou, na tarde de ontem, dia 18, audiência pública com a presença de representantes dos servidores técnicos e administrativos em educação superior da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ocasião em que foi apresentada a lista de reivindicações da categoria, em greve nacional desde 28 de maio. Também esteve presente a diretora de Divulgação e Comunicação Social da UFMG, Maria Céres Pimenta, que representou a Reitoria. Durante a audiência pública, que durou quatro horas, os representantes dos servidores informaram que a greve tem, entre outros motivos, a falta de reajuste salarial há 12 anos e a derrubada da regra que, segundo os grevistas, impedirá aumentos reais nos próximos anos. Além disso, os manifestantes se colocaram contra a criação de uma fundação para gerir os hospitais universitários. Terceirização Maria Céres informou, ainda, que o Conselho Universitário divulgou nota em apoio às reivindicações dos trabalhadores, o que confirma a disposição da UFMG em contribuir para que a greve encontre um desfecho favorável aos servidores das universidades. "Há demonstrações de empenho de ambas as partes na construção de um consenso. A Reitoria tem tomado providências que confirmam a disposição em estabelecer um clima de negociações baseado no respeito e no diálogo e ações da Administração no sentido de apoiar as reinvidicações do movimento têm sido importantes para a relação com os servidores em greve", destacou. Sobre os tereceirizados, a diretora de Divulgação e Comunicação Social da UFMG esclareceu que o trabalho com funcionários contratados não configura uma opção da Instituição, mas tem sido a forma possível de enfrentar as perdas de servidores, especialmente em decorrência de aposentadorias, sem que a devida reposição das vagas geradas tenha sido autorizada pelo governo federal. Foi destacado que tais trabalhadores não constituem uma categoria à parte, não podem e nem devem ser tratados como uma categoria de trabalhadores de segunda classe, pois eles contribuem para a ação da Universidade, de forma relevante, especialmente se considerarmos a diversidade de atividades que ela exige. Ao final da audiência, os deputados presentes anunciaram que vão redigir moção de apoio aos servidores, no sentido de tentar sensibilizar o presidente Lula para que as negociações avancem.
Os servidores em greve reclamaram também do que eles consideram como excessiva terceirização de trabalhadores na UFMG. "A terceirização contraria a legislação e fere a autonomia da UFMG. Para a universidade ser cidadã, ela tem de abrir vagas em concurso público", afirmou o presidente da Associação dos Servidores da UFMG (Assufemg), Márcio Flávio dos Reis, integrante do comando de greve.
Presente à reunião representando a Reitoria, a professora Maria Céres informou que o reitor da UFMG, Ronaldo Tadêu Pena, tem, pessoalmente, se empenhado em contribuir com as negociações entre governo federal e servidores. Ela aproveitou para destacar que o reitor esteve reunido, no dia 4 de julho, em audiência com o vice-presidente da República (em exercício na Presidência naquela oportunidade), José Alencar, em Brasília, para tratar, entre outros assuntos, da situação da greve dos servidores técnicos e administrativos em Educação.
Estavam presentes os deputados estaduais Carlin Moura, do PC do B, que pediu a audiência pública, e André Quintão, do PT, além da deputada federal Jô Morais, do PC do B. Compareceram, também, representantes da Federação de Sindicatos de Trabalhadores de Universidades Brasileiras (Fasubra), do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino de Belo Horizonte (Sindifes/BH), do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFMG, da Central Única de Trabalhadores (CUT) e servidores das universidades de Lavras e Viçosa.