Eber Faioli |
O reitor Ronaldo Tadêu Pena anunciou hoje que, até o fim do ano, a UFMG deverá tomar uma decisão quanto à adoção ou não de mecanismos de inclusão social na universidade. Caso haja mudanças, a idéia é implementá-las no Vestibular 2009, que terá inscrições no ano que vem. A declaração foi feita em reunião, na Reitoria, com representantes do programa Ações Afirmativas na UFMG, que entregaram uma carta ao reitor sobre o assunto. Entre outras coisas, o documento defende a adoção de cotas na universidade para estudantes de escolas públicas e para negros. De acordo com Nilma Gomes, professora da Faculdade de Educação (FaE) e coordenadora do programa Ações Afirmativas, o objetivo do grupo é levar a discussão ao Conselho Universitário. “A partir deste mês, nós entramos em um processo de discussão (dos mecanismos de inclusão), de forma que, até o fim deste ano, nós vamos ter alguma deliberação a respeito”, declarou o reitor, durante a reunião. O pró-reitor de Graduação, Mauro Braga, disse que a Reitoria solicitou à Comissão Permanente do Vestibular (Copeve), no início deste mês, um estudo sobre possíveis formas de inclusão. Uma delas é a atribuição, a estudantes de escolas públicas, de um número extra de pontos, para equilibrar a concorrência entre eles e os alunos que estudaram em instituições particulares de ensino. O prazo para que a Copeve dê uma resposta é setembro. Em outubro, o reitor deverá levar as conclusões da comissão ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. A decisão final ficará a cargo do Conselho Universitário, órgão máximo de deliberação da universidade. Permanência A carta do programa Ações Afirmativas é assinada por representantes das faculdades de Educação, Letras, Medicina e Filosofia e Ciências Humanas, dos institutos de Geociências e Ciências Biológicas, da Escola de Ciência da Informação e do Centro Pedagógico.
O ex-reitor da UFMG Tomaz Aroldo da Mota Santos (1994-1998) participou da reunião e defendeu a adoção de mecanismos de inclusão na universidade. A coordenadora do Ações Afirmativas, Nilma Gomes, falou em seguida e disse que há muita desinformação sobre as ações afirmativas, que não se restringem, segundo Nilma, às cotas e ao acesso à universidade, mas devem abranger também a permanência do aluno na instituição.