Um defeito em um dos elevadores do prédio da Faculdade de Direito da UFMG, na avenida João Pinheiro, 100, no Centro de Belo Horizonte, assustou estudantes que chegavam para as aulas, na manhã de hoje. De acordo com testemunhas, a porta do elevador abriu no 1º andar e, antes que alguém pudesse entrar, ele subiu e chocou-se com a laje do prédio, no 14º andar. A força do choque provocou estragos no concreto. A situação dos elevadores da Faculdade de Direito já preocupava a UFMG, que, em junho deste ano, pediu R$ 233 mil ao Ministério da Educação (MEC) para modernizar os equipamentos e fazer outras obras relativas à segurança dos prédios das avenidas João Pinheiro e Álvares Cabral. Até o momento, a universidade não recebeu resposta oficial do MEC. A diretora de Desenvolvimento de Ensino Superior do ministério, Maria Ieda Diniz, afirmou que os recursos já foram liberados, mas devem chegar à universidade no prazo de 10 a 15 dias. "Essa demanda deve estar sendo liberada para a universidade nos próximos dias, até porque há uma caracterização de uma emergência, um problema de segurança de quem está transitando por esse prédio", declarou Maria Ieda. Por motivos de segurança, o Departamento de Planejamento Físico e Obras (DPFO) da universidade interditou outros dois elevadores do prédio da avenida João Pinheiro. A maioria dos estudantes, professores e funcionários precisou usar as escadas para se deslocar de um andar a outro. Apenas um elevador pequeno, que não tem ligação com os três maiores, ficou disponível para parte dos usuários, sobretudo pessoas com dificuldades de locomoção. Falha mecânica A situação dos equipamentos, instalados na época da construção do prédio, no fim da década de 50, já preocupava as pessoas que usam o local diariamente e, também, a direção da universidade. “Os elevadores estão em situação precária e têm parado constantemente”, afirmou Bruno Braz de Castro, vice-presidente do Centro Acadêmico Afonso Pena (Caap), órgão de representação estudantil da faculdade. Laudos Em 11 de junho, a Reitoria enviou ofício ao secretário de Educação Superior do MEC, Ronaldo Mota, relatando os problemas e pedindo os recursos para as reformas. O documento traz, anexos, um laudo dos Bombeiros e outro de uma empresa especializada em elevadores. O oficio, assinado pelo reitor Ronaldo Tadêu Pena, informa que o orçamento da UFMG para o ano de 2007 não comporta essas despesas e que a liberação dos recursos é necessária para que a universidade possa, “o mais urgentemente possível, adotar as medidas cabíveis”.
O diretor do DPFO, Francisco Diniz, disse que os elevadores só serão liberados após garantias de segurança da empresa responsável, a Thyssen Sur. Um técnico da empresa esteve hoje no local. A vistoria foi acompanhada pelo DPFO e por um consultor externo, que presta serviços ao departamento. “Ainda não sabemos a causa exata do acidente, mas realmente houve uma falha mecânica”, afirmou Diniz. Ele ressaltou, no entanto, que os motores dos elevadores estão em boas condições de funcionamento.
No fim de maio deste ano, a Faculdade de Direito informou à Reitoria da UFMG que são necessários R$ 233 mil para modernizar os elevadores e adequar os prédios das avenidas João Pinheiro e Álvares Cabral a medidas de segurança sugeridas pelo Corpo de Bombeiros.