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A Reitoria da UFMG e o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) apresentaram e discutiram, hoje, suas posições com relação ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), do Ministério da Educação. O debate foi promovido pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) e ocorreu ao lado do Restaurante Setorial II, o “bandejão”, no campus Pampulha. Ricardo Takahashi, assessor da Reitoria, defendeu a proposta de adesão ao Reuni elaborada pela UFMG e aprovada por unanimidade pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). Ele destacou que a criação de novas vagas na graduação atende uma demanda da sociedade e disse que o projeto não compromete a qualidade do ensino. “Nossa proposta preserva a face de excelência, a face de qualidade e a face de se encontrar na vanguarda das universidades brasileiras”, afirmou Takahashi. A 1ª vice-presidente da Regional Leste do Andes, Solange Bretas, disse que a entidade é a favor da criação de novas vagas, mas afirmou que o projeto do governo não contempla a qualidade de ensino e a necessidade de contratação de novos professores, além de não prever recursos suficientes. Para Solange Bretas, o Reuni “fere de morte a autonomia das universidades”, ao condicionar o financiamento da expansão ao cumprimento de metas quantitativas. A proposta da UFMG para o Reuni será votada pelo Conselho Universitário na quinta-feira. O DCE é contra a proposta. Para a secretária-geral da entidade, Ana Maria Gallo, o Reuni é antidemocrático, por ter sido criado por decreto, e “eleitoreiro”. Ela disse que o órgão de representação dos estudantes é a favor de novas vagas na graduação, desde que sejam criadas com qualidade, responsabilidade e verbas suficientes. Investimentos O primeiro prazo dado pelo MEC às universidades para apresentação de propostas sobre o Reuni termina em uma semana. Até agora, os conselhos de 12 universidades federais já aprovaram a adesão de suas instituições ao programa. O Reuni prevê investimentos de R$ 2 bilhões, entre 2008 e 2011, na expansão e reestruturação das instituições federais de ensino superior. Entre seus objetivos, estão a ampliação de vagas na graduação, o aumento da flexibilidade curricular e a adoção de mecanismos de inclusão social.
Com a adesão ao Reuni, a UFMG deverá ter um acréscimo de R$ 85 milhões ao orçamento anual da universidade, além de receber R$ 21 milhões nos dois primeiros anos, para investimentos em infra-estrutura. A previsão é de que o programa resulte na abertura de 1.800 novas vagas no Vestibular, ao longo de cinco anos, 38% a mais que as 4.714 oferecidas atualmente. Com isso, 350 novos professores deverão ser contratados, para se juntar aos atuais 2.446.