Paulo Cerqueira |
O reitor da UFMG, Ronaldo Pena, disse hoje que espera bom senso dos estudantes que mantêm a ocupação do saguão do prédio da Reitoria, em protesto contra a ação da Polícia Militar na quinta-feira, dia 3, durante a exibição do filme Grass/Maconha, no Instituto de Geociências (IGC), no campus Pampulha. Segundo ele, a Reitoria funciona normalmente, por isso não há, até o momento, razão para pedir à Justiça a reintegração de posse do prédio. A vice-reitora Heloísa Starling afirmou não ver motivos para a continuidade da ocupação, já que a Reitoria e o Conselho Universitário se solidarizaram com os estudantes vítimas de agressões da polícia e tomaram as medidas necessárias para apurar os fatos ocorridos no IGC. A principal delas foi a formação de uma comissão de sindicância, composta por três professores, dois alunos e um funcionário. O grupo tem 30 dias para apresentar conclusões sobre o caso. Em assembléia na tarde de hoje, os estudantes que invadiram o saguão da Reitoria na segunda-feira decidiram manter a ocupação por tempo indeterminado. Entre outros motivos, eles querem indicar os dois alunos integrantes da comissão de sindicância. O primeiro deles foi indicado pela Reitoria, mas o Conselho Universitário concordou em aceitar a escolha do segundo nome pelos estudantes. Os manifestantes fazem amanhã uma nova assembléia para decidir se mantêm ou não a ocupação. Revisão Na avaliação do reitor, a vigilância do campus por policiais militares é importante para garantir a segurança da comunidade universitária, mas no dia 3 houve abusos. "Somos absolutamente contra qualquer tipo de violência e a presença da polícia foi uma presença violenta. Veio um aparato digno de quase uma guerra", afirmou Ronaldo Pena. De acordo com ele, as conclusões da comissão de sindicância serão levadas ao governo do Estado. O reitor disse, ainda, que a reunião extraordinária do Conselho Universitário, convocada por ele na segunda-feira de manhã, foi uma amostra do compromisso dos integrantes do órgão e reforçou o clima de coesão institucional na Universidade. O encontro durou mais de sete horas e, numa decisão inédita, foi transmitido para um telão instalado no auditório da Reitoria, onde se concentra parte dos estudantes que ocupam o local. Outras informações:
Ronaldo Pena reafirmou que a entrada da PM não foi autorizada pela Reitoria e que a comissão de sindicância vai esclarecer quem chamou os policiais. O Conselho Universitário, em reunião extraordinária realizada ontem, determinou que o convênio da UFMG com a PM seja revisto.
Em reunião de sete horas, Conselho Universitário discute violência contra estudantes
Conselho Universitário está reunido para discutir ação da PM no campus
Estudantes fazem assembléia para formalizar propostas ao Conselho
NOTA À COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA
Conselho Universitário faz reunião para discutir entrada da PM no campus
Estudantes decidem pela ocupação do prédio da Reitoria
Termina reunião do reitor com estudantes, que fazem assembléia
Reitor discute ação da PM com estudantes da UFMG
Estudantes continuam no prédio da Reitoria
Estudantes realizam manifestação no campus Pampulha
Reitoria cria comissão para apurar presença da PM no Instituto de Geociências
COMUNICADO DA REITORIA À COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA