Paulo Cerqueira Às oito da manhã eles começam a chegar trazidos por ônibus de diversos colégios da capital e até mesmo de outras regiões do estado. Milhares de estudantes de ensino médio logo tomam conta dos corredores da Faculdade de Letras, da Escola de Ciências da Informação e da Fafich, onde acontece a Mostra das Profissões, com grande diversidade de estilos de roupas, cores e cortes diferentes de cabelo. Muitos vêm com o uniforme da escola em que estudam, outros trazem estampado o nome da graduação que decidiram cursar quando concluírem o ensino médio. Enquanto as atividades da Mostra das Profissões não começam, eles aproveitam para se alimentar, jogar baralho ou cantar ao som do violão. As amigas Jéssica Tomaz, Claudinéia Ferreira e Nádia Araújo alunas do terceiro ano da Escola Estadual Professor Guilherme Azevedo Lage, esperam folheando a revista que traz a descrição dos cursos oferecidos pela UFMG. "Nós ainda não temos certeza do curso que vamos seguir. Eu pretendo prestar o vestibular para Medicina, mas ainda estou em dúvida. Infelizmente a excursão do colégio vai voltar antes da palestra sobre esse curso e eu não vou poder assistir" desabafa Jéssica. Para passar o tempo, os estudantes também conversam. Sobre o que eles falam? "O vestibular é o assunto do terceiro ano. Não tem muito como fugir desse tema. Falamos disso na escola, com os amigos, em casa", afirma o estudante Victor Silva de 17 anos, que veio de Betim, na Grande BH, com a intenção de afirmar na Mostra a sua opção pelo curso de Direito. Já a estudante Núbia de Jesus, de 16 anos, que também cursa o terceiro ano está cansada das pressões para a escolha da profissão. "Alguns colegas na sala de aula só falam sobre vestibular. Quando elas começam a conversar sobre isso comigo eu até peço para mudarem de assunto". Para escapar ao tema, ela e as amigas abordam outros assuntos e trocam impressões sobre a universidade, que não conheciam, apesar de morar em Belo Horizonte. Visitantes de longe A viagem das amigas Louise Moura, Mariana Moura e Carolina Castro, vindas de Formiga, no Centro-Oeste do estado, durou mais: três horas e meia. Elas ainda cursam o segundo ano do ensino médio mas participaram da Mostra junto com outros colegas. "Na nossa cidade existe apenas uma faculdade particular, então não temos muito acesso a informações sobre os cursos e vestibulares. Por isso é boa iniciativas como a da UFMG, além de ser uma forma de conhecer Belo Horizonte e fazer novas amizades", conclui a estudante.
Estudantes chegam à UFMG
Há também quem precisou enfrentar a estrada para poder conferir a Mostra. É o caso da estudante Fernanda Araújo, que cursa o terceiro ano na cidade de Catas Altas, na região central. A viagem da estudante até a capital durou cerca de duas horas e para aproveitar a vinda a BH a excursão da sua escola programou também um passeio ao shopping. "É a segunda vez que venho a Belo Horizonte, então quero aproveitar essa chance para conhecer mais a cidade em que pretendo morar e estudar" afirma a aluna.