Sara Abreu da Mata Machado, bolsista de apoio técnico do Núcleo de Apoio à Divulgação Científica da UFMG, é a única brasileira entre os oito finalistas do concurso internacional de redação “A cidade que sonhamos”, realizado pelo Banco Mundial, Aliança de Cidades e Governo da Noruega. Sara vai participar da Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Econômico ABCDE, na Cidade do Cabo, África do Sul, entre 9 e 11 de junho, quando vai apresentar seu trabalho a um júri e concorrer aos prêmios principais – o primeiro colocado receberá 5 mil dólares. O objetivo do concurso, que está em sua quinta edição, é divulgar idéias promissoras de desenvolvimento urbano e promover o debate entre os jovens. Sara Machado disputou com quase quatro mil jovens do mundo inteiro, entre eles 160 do Brasil. Na fase final, ela terá concorrentes da China, Colômbia, Costa do Marfim, Índia, Indonésia, Nepal e Nigéria. A língua portuguesa foi aceita pela primeira vez no certame. Os participantes apontaram formas de os jovens ajudarem na transformação de suas cidades, e chamou a atenção, entre outros aspectos, a vontade de contribuir com a luta por cidades mais inclusivas. O texto de Sara – que tem o título “Em busca de horizontes mais belos” – se baseia no projeto Criarte (Comunidade Reivindicando e Integrando com a Arte), que reúne parte da diversidade artística do Aglomerado da Serra, maior favela de Belo Horizonte. Ela fez a defesa de um intercâmbio entre os agentes culturais da cidade, buscando quebrar barreiras como as que existem entre o saber universitário e o conhecimento e as necessidades populares, entre diferentes áreas da cidade e entre jovens de diferentes realidades. O trabalho para o concurso foi desdobramento do tema da monografia final de Sara Machado para o curso de Relações Públicas na UFMG – ela se formou em 2006 –, que abordou o projeto Criarte do ponto de vista da comunicação. “A cultura como fator de transformação social é um tema de que gosto e que está relacionado a meus projetos pessoais e profissionais. Meu texto discute como os jovens podem criar a cidade dos sonhos através de ações com a cultura”, explica Sara. Ela diz que pretende aproveitar o reconhecimento e a viagem para fazer contatos com pessoas, organizações e projetos de outras partes do mundo.