Foca Lisboa |
O reitor Ronaldo Pena e estudantes da UFMG estiveram reunidos esta manhã no auditório da Reitoria em torno do tema assistência estudantil. Foi a primeira audiência da série acertada ao longo das negociações que marcaram a recente ocupação da Reitoria pelos alunos, em razão dos incidentes envolvendo a Polícia Militar no IGC, em 3 de abril. Além do reitor e de representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE), participaram a vice-reitora Heloisa Starling, a presidente da Fundação Universitária Mendes Pimentel, Rocksane de Carvalho Norton, e Seme Gebara, titular da Diretoria de Assuntos Estudantis (DAE), além de cerca de 30 estudantes. Leandro Rios, do DCE, compôs a mesa ao lado dos representantes da Universidade. Ronaldo Pena afirmou esperar que os encontros, que devem ocorrer pelo menos duas vezes por semestre, sirvam para “evitar incompreensões e expor eventuais divergências”. Heloisa Starling lembrou que é tempo de refletir sobre o futuro da assistência estudantil na UFMG, com o aumento das vagas proporcionado pela adesão ao Reuni e a recente aprovação pelo Conselho Universitário dos bônus para estudantes de escolas públicas e negros. Após lamentar a pequena participação dos estudantes, sobretudo daqueles assistidos pela Fundação, a presidente da Fump apresentou os aspectos principais do trabalho desenvolvido nos restaurantes e nas moradias universitárias e relacionado a bolsas e financiamentos. Destacou que as contas da entidade são auditadas por diversos órgãos e, questionada sobre a obrigatoriedade de reembolso das bolsas de manutenção, disse que esta discussão já existe, mas que “é preciso pensar bem porque a questão não é simples”. Os estudantes reclamaram do horário da audiência, que teria sido responsável pelo auditório vazio, e de não terem participado da elaboração da pauta do encontro – nesse caso, tiveram a garantia de que será diferente nas próximas oportunidades. Em resposta aos protestos contra a obrigatoriedade do pagamento das semestralidades, Heloisa Starling contrapôs que a taxa, na verdade, é cobrada de quem tem condições de pagar, pois muitos alunos declaram impossibilidade, mesmo que não sejam beneficiários da Fump, ou seja, considerados carentes. Outro ponto levantado por alunos diz respeito à aplicação dos superávits da Fump. Rocksane Norton explicou que, como entidade sem fins lucrativos, a Fundação tem recursos excedentes que funcionam como reserva para a eventualidade de despesas com ações judiciais, por exemplo. Mas esses recursos, segundo ela, serão direcionados à assistência estudantil assim que forem resolvidas as pendências. Os alunos fizeram ainda reivindicações como a criação de uma pró-reitoria de assistência estudantil, que Heloisa Starling sugeriu seja um dos temas discutidos em um seminário sobre o assunto a ser realizado em breve. Segundo o diretor da DAE, Seme Gebara, a objetivo do evento é discutir concepções e estratégias de assistência, e ele espera sugestões nos próximos dias para definição de subtemas, formato e nomes a serem convidados. O endereço da DAE é info@dae.ufmg.br e o telefone é 3409-4567.