Por que a extinção de espécies de plantas e animais é prejudicial à vida no planeta? De que modo a genética pode ajudar a reverter essa situação? Temas como estes serão abordados no I Simpósio de Genética e Biotecnologia da UFMG, que abre hoje, 1º de julho, e se estende até sexta, dia 4, no Auditório 3 do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), no campus Pampulha. O evento, que marca os dez anos do Programa de Pós-Graduação em Genética e os 40 anos do ICB, será dividido em três dias temáticos: Genética Evolutiva e de Populações; Biotecnologia, Genômica e Bioinformática; e Genética Molecular e de Microorganismos. Além de palestras e mesas-redondas, serão ministrados mini cursos sobre temas variados, como bioinformática e redação de artigos científicos. Simultaneamente ao Simpósio, será realizado o I Encontro de Alunos da Pós-Graduação em Genética da UFMG, que prestará homenagem à professora Cleusa Graça da Fonseca, fundadora e primeira coordenadora do Programa de Pós-graduação em Genética. O Encontro terá palestras de alunos e ex-alunos do Programa, e sessão de pôsteres. Biodiversidade “A diminuição do tamanho populacional leva à diminuição da diversidade genética, e essa diversidade é uma reserva para o futuro”, alerta a pesquisadora. Ela explica que com as constantes mudanças ambientais, há sempre a possibilidade de aparecimento de novas pressões sobre os seres vivos, como novas variedades de vírus que atinjam plantas e animais. “Se tivermos uma grande reserva de genes, é maior a probabilidade de haver algum que ofereça resistência às novas doenças”, esclarece. Além disso, muitas espécies de plantas possuem o mecanismo da “auto incompatibilidade”, que impede o cruzamento de indivíduos geneticamente iguais. Isso significa que, sem diversidade genética, nem uma população de mil indivíduos garante a preservação da espécie, pois eles não podem se reproduzir. Segundo Bernadete Lovato, a Genética auxilia, com sua bagagem teórica e prática, na conservação da biodiversidade, ao detectar as populações que correm risco de extinção e as ameaças para cada espécie. É também papel da Genética indicar indivíduos com os melhores genótipos, para serem reintroduzidos em determinas áreas, de modo a evitar a extinção. (Assessoria de Imprensa da UFMG)
Na área temática Genética Evolutiva e de Populações, a mesa redonda Conservação e genética reunirá, no dia 1º, às 10h30, especialistas da UFMG e de outras instituições nacionais. Coordenadora da mesa, a professora Bernadete Lovato destaca a importância das pesquisas genéticas para a conservação de espécies, sobretudo com a acelerada redução dos ambientes disponíveis para as populações de plantas e animais. Ela explica que há algumas décadas surgiu a necessidade de se descobrir não só quais as espécies ainda existentes, mas também quais são geneticamente “saudáveis”. Isso porque, com ambientes cada vez menores, cresce a endogamia, ou casamento entre parentes, o que aumenta a probabilidade de aparecimento de doenças e redução de fecundidade, com o conseqüente risco de extinção.