Terminou agora há pouco, em Belo Horizonte, o 4º Seminário Nacional do Reuni, programa de reestruturação e expansão das universidades federais. O evento, promovido pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com a UFMG, teve como tema a formação de professores para a educação básica no âmbito do programa. Na avaliação do pró-reitor de Graduação da UFMG, Mauro Braga, ficou evidente, nos debates, a necessidade de ampliar e melhorar a formação desses professores. “Há carência de docentes sobretudo nas áreas de física e química, mas também em biologia e matemática”, disse Braga. Em diversas universidades brasileiras, a implantação do Reuni tem como foco o investimento nas licenciaturas. A UFMG optou por privilegiar a criação de vagas noturnas e cursos que contemplam novas carreiras profissionais, mas também vai ampliar a formação de professores. Na Faculdade de Letras, serão criadas 120 novas vagas de licenciatura. Além disso, a Faculdade de Educação vai implantar os cursos de Licenciatura Intercultural Indígena e Licenciatura no Campo, para formar, respectivamente, professores para comunidades indígenas e assentamentos rurais. O discurso de encerramento do 4º Seminário Nacional do Reuni foi da diretora de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do MEC, Maria Ieda da Costa Diniz. Ela agradeceu à UFMG pela parceria na organização do evento e destacou a integração das diversas áreas do ministério no debate sobre a licenciatura. “Nós conseguimos juntar todas as secretarias para discutir a formação de professores, que é hoje o primeiro ponto da agenda do ministério”, afirmou Maria Ieda. De acordo com a diretora de Desenvolvimento da Rede de Ifes, o Reuni promoverá um novo seminário em agosto, em local a ser definido, para discutir questões relacionadas à infra-estrutura na expansão das universidades. No fim de setembro, em Maceió, haverá outro seminário sobre os cursos da área de saúde. Grupos de trabalho O grupo 1 teve como tema Estado atual e novas demandas de inovação e eficiência da formação de professores. Entre outros pontos, os participantes do grupo defenderam melhorias nos cursos de licenciatura, o desenvolvimento de um projeto de formação de professores de língua estrangeira e a realização de um censo de docentes da educação básica, para subsidiar os debates acerca da licenciatura no país. O tema do grupo 2 foi Estratégias de Integração, flexibilidade, dinâmica e racionalidade na formação de professores: interfaces entre programa Reuni, ensino a distância, ensino técnico e ensino básico. O grupo concluiu que é necessário ampliar a integração da formação de docentes com a pós-graduação no país e propôs a inclusão dos Institutos Federais de Ensino Tecnológico (Ifets) nos esforços para melhorar os cursos de licenciatura. O grupo 3 teve como tema Amparo legal e novos instrumentos e modelos de gestão acadêmico-administrativa integrada para a formação de professores: Reuni, ensino tecnológico e Universidade Aberta. Os integrantes do grupo fizeram a defesa de uma maior articulação entre a educação a distância e a educação presencial nas universidades, tendo como base o tripé ensino, pesquisa e extensão. Também propuseram maior integração entre as universidades e as políticas públicas em educação, para evitar que a atuação dos governos na área se dê de forma isolada e pulverizada. O 4º Seminário Nacional do Reuni foi realizado ontem e hoje no Dayrell Minas Hotel. A reunião de abertura do evento, na manhã de quinta-feira, teve as presenças do ministro da Educação, Fernando Haddad, do secretário de Educação Superior do MEC, Ronaldo Mota, e do reitor da UFMG, Ronaldo Pena.
Antes do encerramento, foi realizada uma plenária para apresentar os resultados das discussões dos grupos de trabalho do seminário, que se reuniram na tarde desta sexta-feira.