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Depois de obter o registro de terrenos, o parcelamento dos lotes e, mais recentemente, o licenciamento ambiental, o Parque Tecnológico (BH-Tec) está se preparando para receber as primeiras propostas técnicas e científicas de empresas e consórcios interessados em se estabelecerem no empreendimento. “Já recebemos muitas manifestações informais de empresas que desejam se estruturar no BH-Tec, principalmente nas áreas de tecnologia da informação e biotecnologia. Mas, primeiro, tínhamos que resolver essas pendências”, lembrou o presidente do BH-Tec, Clélio Campolina Diniz. Um passo decisivo nesse sentido foi dado nesta segunda-feira, dia 22, com o início da preparação do canteiro de obras do primeiro prédio institucional do complexo, que terá 8,5 mil metros quadrados de área construída. Desse total, explica Campolina, menos de 500 metros quadrados serão usados para abrigar o núcleo administrativo do BH-Tec. “A maior parte do espaço está reservada para pequenas empresas que se estabelecerão aqui”, acrescenta o professor Campolina. As obras receberão recursos de R$ 17,5 milhões do governo de Minas Gerais, um dos parceiros do empreendimento. Já foram liberados R$ 6,5 milhões e quantia de igual valor, inclusa no orçamento da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, deverá ser liberada até o final do ano. O restante, R$ 4,5 milhões, será aportado em 2009. O BH-Tec vai ocupar área de 535 mil metros quadrados cedida pela UFMG nas imediações do campus Pampulha. Da área total, 185 mil metros serão destinados a edificações de empresas especializadas no desenvolvimento de novas tecnologias; de laboratórios de pesquisa de instituições públicas e privadas, e a serviços de apoio às atividades tecnológicas. Os demais 350 mil metros quadrados de área nativa serão preservados. A estimativa inicial era de que o BH-Tec atraísse investimentos de R$ 500 milhões em dez anos, cálculo que o professor Campolina considera conservador. “É difícil fazer uma estimativa, mas se o projeto for bem-sucedido, os investimentos serão muito maiores. Tudo depende das pesquisas que serão realizadas e das instalações e equipamentos montados”, argumenta. Polêmica Campolina lembrou que as contas do BH-Tec estão aprovadas. “Nosso Conselho Fiscal aprovou as contas de 2002 até 30 de setembro de 2007. Estamos agora preparando as contas do período de outubro de 2007 a setembro de 2008, que ainda não fechou. Esse conselho é formado por dois representantes da UFMG, dois da Prefeitura e dois do governo de Minas Gerais. Está tudo disponível para consultas”, garantiu Campolina. Sobre as viagens internacionais, Clélio Campolina argumentou que elas são necessárias para quem pretende implantar experiências de ponta na geração e transformação de conhecimento em produto. Disse, inclusive, que não participou, na semana passada, de um encontro da Associação Mundial dos Presidentes de Parque Tecnológicos, em Joanesburgo, na África do Sul. “Não fui porque havia a pendência do licenciamento para resolver”, argumentou. O presidente rebateu, ainda, a suposta falta de gestão alardeada por Márcio Lacerda na entrevista. “Temos um presidente, um conselho de administração, um conselho técnico-científico e um conselho fiscal”. Quanto à “oposição ideológica” ao empreendimento, outra crítica feita por Lacerda, Campolina preferiu lembrar a tradição democrática da Universidade de acolher diferentes opiniões. “Não podemos cercear o pensamento de ninguém. Divergências existem, mas elas não atrapalham a evolução do projeto”, garante.
O presidente do BH-Tec também rebateu as declarações do candidato do PSB à Prefeitura de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, dadas em entrevista publicada pelo jornal Hoje em Dia no último domingo, dia 21. Lacerda afirmou que falta gestão ao empreendimento e que houve gastos excessivos com viagens ao exterior para conhecer outras experiências de parques tecnológicos.