O compartilhamento de experiências e o desejo de discutir as possibilidades para o futuro da divulgação científica foram aspectos marcantes do 2º Encontro Nacional Rádio e Ciência, que terminou esta tarde no campus Pampulha da UFMG. O evento reuniu 184 estudantes e profissionais de emissoras, universidades e outras instituições, que participaram de palestras, debates e oficina. O encontro foi promovido pela UFMG e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Ildeu de Castro Moreira, diretor do Departamento de Popularização da Ciência e Tecnologia do MCT, afirmou que o governo trabalha em várias iniciativas relacionadas à ampliação da cultura científica e que o rádio tem papel fundamental nesse processo. Ele conclamou universidades, cientistas e pesquisadores a estarem atentos para a importância de utilizar os meios de comunicação para aproximar a ciência do grande público. “Este é um compromisso social das instituições”, afirmou Moreira, que citou a UFMG como exemplo de instituição que explora de forma eficiente diversas mídias. Ele sugeriu que se pense em uma forma de integrar as rádios do Mercosul e informou sobre programas que reúnem o MCT e outros países de língua portuguesa, como Cabo Verde, Moçambique e Portugal. Para a diretora de Divulgação e Comunicação Social da UFMG, Maria Céres Spinola Castro, o saldo foi muito positivo, principalmente porque se discutiram planos conjuntos e alternativas de financiamento para iniciativas de divulgação da ciência através do rádio. “As instituições que estão preocupadas com essa questão aproveitaram muito bem a oportunidade de conhecer experiências diferentes”, disse Maria Céres. E constatamos, ao assistir às palestras dos especialistas europeus, que estamos no caminho certo, já que desenvolvemos projetos muito semelhantes ao que se faz na Inglaterra e na Itália”, ela contou referindo-se às apresentações de Gareth Mitchell, da BBC de Londres, e Elisabetta Tola, da Rádio Nacional Italiana. Maria Céres Castro destacou também a importância de centralizar as informações sobre a difusão da ciência em escala nacional, através de uma agência de notícias que congregue instituições de todo o país para alimentar um portal que seria gerenciado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. Soluções para o futuro A coordenadora de Apoio à Divulgação da Ciência da UFMG, Helena Amorim, informou que o hotsite do evento ficará no ar para que os áudios dos programas executados durante o Encontro e os anais estejam disponíveis por mais algum tempo. Outra medida anunciada é a criação de uma lista de discussão eletrônica como canal de comunicação provisório entre os participantes do evento e outros interessados.
“Volto para casa animada com o que vi e ouvi aqui, agora temos que nos manter conectados”, disse a gerente executiva da Rádio MEC, Liana Milanês. Ela se revelou satisfeita com a manifestação geral do desejo de pensar no que fazer daqui para a frente. “Foi muito bom partilhar conhecimentos, mas melhor ainda perceber a angústia e a curiosidade pelas soluções para o futuro”, afirmou Liana. Ela se disse especialmente impressionada com experiências que mostram que é possível promover o diálogo do cientista com o jornalista e dar voz a outros atores, como as crianças e os doentes mentais, citando programas da UFMG Educativa e de uma emissora de Santa Maria (RS).