O segundo encontro do Ciclo de Seminários sobre Educação Superior na América Latina, realizado na manhã de hoje, 14, na Faculdade de Ciências Econômicas (Face) da UFMG teve como tema a Colômbia. Participaram o diretor executivo da Associação Colombiana de Universidades, Bernardo Rivera Sánchez, o vice-reitor de Pesquisa da Universidade de Antioquia, Alfonso Monsalve Solórzano, e o coordenador da Comissão Nacional de Acreditação da Colômbia, Virgílio Niño, além do pró-reitor de Graduação, Mauro Braga, que representou o reitor Ronaldo Pena. Na abertura do evento, Sánchez apresentou uma caracterização da educação superior colombiana marcada pela especialização como programa acadêmico mais visado, cerca 88% dos alunos de pós-graduação optam por esse tipo de vínculo, enquanto 10% escolhe o mestrado e 2% o doutorado. Diante desse quadro, um dos maiores esforços da Associação Colombiana de Universidades (Ascun) é impulsionar esta última titulação assim como integrar tais programas a um alto nível de virtualidade que, hoje, somam 5% do total. Outra preocupação da Ascun é aumentar o número de matrículas de jovens entre 17 e 22 anos nas instituições de ensino superior que são dividas em universidades (que têm maior compromisso com a pesquisa), instituições universitárias (cuja maior título oferecido é o mestrado) e as instituições técnicas e tecnológicas. O objetivo tem sido cumprido. Foi registrado aumento de 40% de matrículas e o número de estudantes por docente passou, entre 2002 e 2006 de 11,6 para 13,5, mas a evasão universitária ainda é um grande problema. “Não temos uma cifra muito certa, mas a mais segura é de 43%”, informou. Incentivo Outro ponto a ser estimulado é o intercâmbio com outros países. Pesquisas da entidade mostram que 64% dos estudantes colombianos de ensino superior são enviados, cerca de 3.300 enquanto o país recebe puco mais de mil estudantes. A maior parte dos colombiados que buscam outras instituições vão para Espanha, Brasil e Estados Unidos, enquanto a Colômbia é o destino de venezuelanos e norte-americanos que buscam cursos de espanhol.Segundo Sánchez, esse potencial poderia ser melhor aproveitado, já que as instituições com estrutura para internacionalização da Colômbia são a maioria, 57%. Virgílio Niño falou sobre a fundamentação legal da educação enquanto serviço público com função social que pressupõe determinada qualidade. “Nosso sistema de acreditação tem como função garantir a excelência de todas essas instituições, o que na prática é difícil porque elas são muitas e diversas e a demanda aumentou exponencialmente. Em 1950 eram 500 mil e toda América Latina, hoje, são mais de 14 milhões”, disse. As ferramentas básicas são a Comissão Nacional de Acreditação, que confere uma acreditação temporal e voluntária, e o Conaces que emite o registro qualificado para garantir exigências mínimas de qualidade. Este é válido por sete anos e obrigatório para funcionamento. Em sua fala, Alfonso Monsalve Solórzano, fez um panorama geral da educação superior colombiana e relatou sua experiência como vice-reitor de Pesquisa da Universidade de Antioquia. O seminário foi transmitido para a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de São João Del Rey (UFSJ), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pelo site da UFMG. Estiveram presentes ex-reitores da Universidade e representantes de outras instituições de ensino superior do Estado.
O setor público, predominante na educação superior da Colômbia em relação às instituições privadas, tem se empenhado para ofertar mais vagas e proporcionar eqüidade. “O simples ingresso não basta. Oferecemos subsídio para estudantes provenientes dos três primeiros extratos, entre os seis existentes e disaponibilizamos duas vagas para indígenas e duas para os melhores concluintes do Ensino Médio, eles competem entre si e um estudo mostrou que eles não apresentam diferenças significativas de desempenho durante o curso”, afirmou o diretor executiva da Ascun.