A interface entre a arte e a inteligência artificial é o destaque da exposição Arte Digital, em cartaz até amanhã no saguão da Reitoria da UFMG, no campus Pampulha (avenida Antônio Carlos, 6.627). As instalações têm personagens de jogos comandados por dispositivos capazes de perceber a presença do visitante e se modificar em função das escolhas e preferências do público. “A partir de interfaces eletromecânicas que funcionam como sensores, os dados dos usuários são recolhidos e transformam o ambiente de apresentação”, afirma o professor da Escola de Belas-Artes (EBA) da UFMG, Francisco Marinho, coordenador do grupo responsável pela exposição. “O que configura a arte computacional é uma interação não linear, ou seja, a participação de várias pessoas simultaneamente para gerar a obra em tempo real”, diz ele. O projeto tem a arte como ponto de partida, mas envolve dimensões de outras áreas do conhecimento, como robótica, biologia e informática. Entre os trabalhos expostos estão o Palavrador Open Book 2.0, “livro dentro de outro”, que ao ser manuseado “percebe” que está sendo lido e, por meio de sensores embutidos em páginas, produz um mundo virtual tridimensional de poesias e sons, ao gosto de cada leitor. Além dessa instalação, o visitante vai conferir também uma obra bastante curiosa: Poeminhocas 3.0. “Uma vez que as duas luzes estiverem acesas, as 'minhocas' começam a trafegar entre os pontos circulares, determinados pela posição das luzes. Assim, os poemas andam de um ponto ao outro, acendendo e apagando as luzes, formando coreografias poéticas visuais”, conta Marinho. Na exposição, o espectador pode ainda interagir com a Caixa de Jóias, uma mesa “multi-toque”, que revela uma constelação. Ao tocar com os dedos, o visitante pode apreciar desenhos e figuras que se fundem, nos quais são gravados trechos do conto A Pequena Vendedora de Fósforos, do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen. Ao todo, a mostra tem sete trabalhos de arte computacional, fruto dos esforços coletivos do grupo 1maginári0 - Poéticas Digitais, que teve origem no Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (Ieat) quando Marinho ainda era professor residente. O grupo tem participantes da UFMG e de outras instituições, como a PUC Minas, a Universidade Federal de Santa Catarina e a State University of New York at Buffalo. As instalações da mostra Arte Digital ficarão expostas até essa sexta-feira, dia 21, das 9h às 17h, no saguão da Reitoria da UFMG. A entrada é franca.